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Itaú se aproxima de BB em total de ativos

Itaú Unibanco voltou a ameaçar a liderança do Banco do Brasil no ranking de maiores bancos brasileiros e latinos


	Itaú Unibanco: Distância do BB pode ficar menor nos próximos meses, com negócios mais aquecidos
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Itaú Unibanco: Distância do BB pode ficar menor nos próximos meses, com negócios mais aquecidos (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2016 às 08h30.

São Paulo - O Itaú Unibanco encostou no Banco do Brasil em ativos no segundo trimestre e voltou a ameaçar sua liderança no ranking de maiores bancos brasileiros e latinos. A distância caiu de R$ 121 bilhões para pouco mais de R$ 49 bilhões ao final de junho, devido à incorporação do chileno CorpBanca pela instituição privada. Enquanto se debruça em ações para elevar seu retorno ao patamar de seus pares e aliviar sua base de capital, o BB pode sofrer ainda pressão do Bradesco, que vai integrar o HSBC em breve, elevando seus ativos em cerca de R$ 175 bilhões.

Nos últimos sete anos, o BB foi líder absoluto no ranking de ativos. Atrás do banco, que fechou junho com a cifra de R$ 1,445 trilhão, vem o Itaú, com R$ 1,396 trilhão, Caixa (R$ 1,213 trilhão) e Bradesco (R$ 1,105 trilhão). O BB chegou a perder a hegemonia para o Itaú após a fusão com o Unibanco, mas recuperou a liderança em ativos na sequência, depois de incorporar a Nossa Caixa, em 2009.

Agora, o título de maior banco da América Latina está novamente sob ameaça. A distância de ativos entre o Itaú e o BB pode ficar mais apertada nos próximos meses, quando o volume de negócios é mais aquecido, e ainda se o banco público avançar com a venda de algum ativo. Conforme antecipou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, em junho, a instituição considera desinvestimentos para aliviar sua base de capital e ainda melhorar o retorno. Dentre as possibilidades, o BB só confirmou a análise da venda da fatia que detém no argentino Patagonia, que detinha R$ 13,5 bilhões em ativos em junho.

Um executivo diz que a possibilidade de o Itaú ultrapassar o BB em ativos é concreta, mas que esse não é o foco da instituição. Segundo ele, o objetivo do banco, presidido por Roberto Setubal, é gerar "retornos sustentáveis" e não ser o maior. Procurado, o Itaú não comentou.

Outra fonte chama a atenção ainda para o fato de o banco privado ter encostado no BB em ativos apenas por conta da incorporação do CorpBanca. Se desconsiderado este efeito, pondera, a instituição pública teria ampliado a distância ante o privado. No segundo trimestre, o Itaú reduziu seu total de ativos ante o primeiro em 0,1%, enquanto o BB entregou crescimento de 2,9%.

Ou seja, se o Itaú, que ainda estaria na disputa pela operação de varejo do Citi no País, não anunciar novo movimento de fusão ou aquisição e o BB não fizer algum desinvestimento que impacte o montante de ativos, não haverá mudança no ranking.

Isso porque possíveis alternativas de venda, como a fatia no Votorantim ou ainda de parte da área de cartões ou de administração de recursos, não refletiriam no total de ativos.

Alternância salutar. Apesar disso, o presidente do BB, Paulo Caffarelli, minimiza uma possível perda da liderança. "É natural e salutar para qualquer sistema financeiro que essas posições possam se alternar, sobretudo em cenários desafiadores como o que vivemos", avalia o executivo ao Broadcast.

De acordo com ele, o BB seguirá "importante" e "expressivo", tanto em ativos quanto em crédito. Isso porque no que tange a empréstimos, o banco também corre o risco de ser ultrapassado. "Só no crédito, temos 20% do mercado e isso nos permite focar no nosso maior objetivo atualmente, que é aumentar a rentabilidade e melhorar a eficiência operacional", rebate Caffarelli.

Em crédito, a ameaça vem da Caixa Econômica Federal. Enquanto o BB encerrou junho com carteira de crédito ampliada em torno de R$ 699,9 bilhões, a Caixa chegou a R$ 692 bilhões. No ritmo de crescimento apresentado por ambos no último trimestre ante igual período de 2015, de 1,2% e 6,7%, respectivamente, a ultrapassagem pode ocorrer já no próximo trimestre.

Para este ano, o BB já revisou sua projeção e considera queda de até 2% da carteira no pior cenário. A Caixa, no entanto, ainda vê espaço para crescimento no crédito.

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