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Itaú e Fiocruz criam centros para fazer 25 mil testes de coronavírus

A capacidade de processamento dos centros pode dobrar a atual disponibilidade de testagem da covid-19 no Brasil, diz o Itaú

Testes: centros de testes para coronavírus do Itaú ficarão no Rio de Janeiro e no Ceará (iStock/Getty Images)

Testes: centros de testes para coronavírus do Itaú ficarão no Rio de Janeiro e no Ceará (iStock/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 12 de junho de 2020 às 14h00.

Última atualização em 12 de junho de 2020 às 14h03.

Um projeto do banco Itaú Unibanco fez uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para criar dois centros de processamento de testes do novo coronavírus. O programa é do Todos pela Saúde, projeto que nasceu após aporte de 1 bilhão de reais do Itaú em abril para ações contra o coronavírus e que é liderado pelo Dr. Paulo Chapchap, diretor-geral do hospital Sírio Libanês.

As unidades ficam localizadas nas cidades do Rio de Janeiro e em Eusébio, no Ceará (a 24 quilômetros da capital Fortaleza).

A capacidade de processamento é de 25.000 testes de coronavírus por dia, sendo 10.000 testes no Ceará e 15.000 testes no Rio. Segundo o Todos pela Saúde, essa quantia é capaz de dobrar a capacidade atual de realização de testes no país.

Pedro Barbosa, presidente do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e membro do Todos pela Saúde, afirma em comunicado divulgando a iniciativa que a subnotificação de casos de covid-19, decorrente da falta de testes, ainda é um dos maiores desafios no combate à doença.

“Seguramente, nós temos muito mais casos do que aqueles que estão sendo notificados, pois nosso nível de testagem ainda é muito baixo”, diz Barbosa no comunicado.

O Brasil registrava até o último boletim, na quinta-feira, 11, 41.058 mortes pelo novo coronavírus e mais de 800.000 casos confirmados da doença, fazendo do país o segundo no mundo com mais óbitos. Os dados são coletados junto às secretarias estaduais por um consórcio formado por veículos de imprensa.

O desafio da testagem

Um dos principais desafios não é necessariamente obter o material para os testes, mas coletar em massa as amostras e processar os resultados. Os centros vão analisar os chamados testes moleculares, isto é, o chamado RT-PCR, em que uma amostra é retirada do nariz do paciente e, depois, analisada na busca pelo material genético do vírus. O teste RT-PCR é considerado um dos mais eficientes na detecção do vírus.

O teste RT-PCR é diferente dos modelos de teste do tipo "rápido", em que um equipamento detecta em alguns minutos anticorpos contra o vírus após analisar uma amostra de sangue. Esse teste, por sua vez, costuma ser mais eficiente para pacientes que já estão infectados há vários dias, e, portanto, já desenvolveram anticorpos.

“Há disponibilidade de testes, com fornecimento em grande escala pela Fiocruz ao Ministério da Saúde, sendo limitações hoje a capacidade de processamento dos testes e a baixa coleta na maior parte do País”, disse Barbosa em nota.

O Brasil é um dos países que menos realiza testes do coronavírus, segundo ranking do site World o Meters, que compila dados mundiais.

Claudia Politanski, vice-presidente do Itaú Unibanco, também afirma que os centros construídos agora poderão ser usados depois da pandemia, para a detecção de outras doenças.

A Fiocruz, entidade vinculada ao Ministério da Saúde, vem liderando e coordenando os esforços de testagem da covid-19 no Brasil.

Já o projeto Todos pela Saúde do Itaú Unibanco, além dos centros de teste, vem usando seu orçamento para outras ações de combate à pandemia. Entre seus especialistas parceiros tem nomes como Drauzio Varella e Sidney Klainer, presidente do hospital Albert Einstein. O projeto também encomendou mais de 20 milhões de máscaras, criou a campanha "Máscara Salva", comprou 1.000 equipamentos hospitalares e 90 milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs) para profissionais da rede pública de saúde no Brasil.

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