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Itaú deve ter alta no lucro menor do que Bradesco e Santander

Em 2020, o banco enfrentará um cenário desafiador com mudança na alíquota sobre lucro líquido e teto nos juros do cheque especial

Itaú: o Bank of America projetou redução de 3% no lucro do Itaú para 2020 (Germano Lüders/Exame)

Itaú: o Bank of America projetou redução de 3% no lucro do Itaú para 2020 (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 05h50.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2020 às 07h06.

É dia de mais um resultado dos bancões no Brasil. Assim como seus concorrentes Bradesco e Santander, o Itaú Unibanco deve anunciar um resultado robusto nesta segunda-feira 10, quando reporta, após o fechamento do mercado, as operações referentes ao quarto trimestre e ao ano de 2019.

Enquanto o Bradesco teve um aumento de 20% em seu lucro líquido, o Santander viu uma alta de 17%. O resultado do Itaú deve vir com crescimento um pouco menor. A expectativa é que o lucro fique em 26,4 bilhões de reais, alta de 3% em relação ao ano de 2018. Entre 2017 e 2018, a alta anual fora de 10%. Para o quarto trimestre, a projeção do mercado é de lucro de 7,3 bilhões de reais no quatro trimestre, alta de 12% em relação ao mesmo período de 2018.

Assim como aconteceu com os concorrentes, o lucro do Itaú pode vir atrelado à queda de margem com mercado, que é o indicador que reflete o aumento da concorrência com bancos e fintechs. Foi o que aconteceu com o Bradesco, que reportou um recuo de 15,4% em sua margem com mercado, mas que acabou sendo compensada pelo incremento da margem com cliente, resultando em um crescimento de 4,4% da margem financeira.

Se a concorrência em 2019 foi acirrada, a tendência é que se acentue ainda mais neste ano com a entrada em vigor do pagamento instantâneo, que é um dos principais pontos da Agenda BC# do Banco Central. A premissa é que será possível fazer pagamentos durante 24 horas por dia, sete dias da semana. Com esse novo modelo em operação, as receitas advindas da antecipação de recebíveis devem sofrer impacto negativo tanto no que se refere a volume quanto a margens, impactando a operação da adquirente Rede, empresa de maquininhas do Itaú.

Investidores estarão atentos a algum indício da operação da Rede também nesta segunda-feira. No ano passado, a adquirente zerou a taxa de antecipação dos lojistas com até 30 milhões de reais de faturamento – mesmo aqueles que não são correntistas do Itaú nem do Tribanco. Até dezembro, já tinham sido transacionados 16 bilhões de reais sem taxa de antecipação e com pagamento em até dois dias nas compras com cartão de crédito à vista.

Além do impacto da concorrência, investidores também estarão atentos a como novas medidas regulatórias vão impactar os resultados do Itaú. São elas: a mudança na alíquota de contribuição sobre lucro líquido cobrada das instituições financeiras e o teto para os juros do cheque especial. Juntas, elas têm potencial para reduzir a receita financeira do banco. Não é um cenário fácil, portanto. Isso ajuda explicar por que as ações do Itaú registram queda de 9,6% em 2020, ante um recuo de 1,3% do Ibovespa no mesmo período.

Por tudo isso, o Bank of America projetou uma diminuição de 3% no lucro do Itaú para 2020. Por sua vez, os lucros do Santander e do Bradesco devem crescer 4%. Depois do Itaú, o último dos bancões, o Banco do Brasil, também reporta resultado nesta semana, na quinta-feira 13.

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