Negócios

Itália avalia mudar regras sobre aquisições

Legislação existente obriga um investidor que detém 30 por cento ou mais das ações de uma empresa a fazer uma oferta pelo restante dela


	Telecom Italia: Telecom Italia poderia forçar a Telefónica a adquiri-la por cerca de 1,1 euro por ação, o preço pelo qual as ações foram avaliadas no acordo com os sócios da Telco, anunciado na terça-feira
 (Marc Hill/Bloomberg)

Telecom Italia: Telecom Italia poderia forçar a Telefónica a adquiri-la por cerca de 1,1 euro por ação, o preço pelo qual as ações foram avaliadas no acordo com os sócios da Telco, anunciado na terça-feira (Marc Hill/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2013 às 14h56.

Roma - O governo italiano considera alterar a legislação corporativa que pode forçar acionistas que detêm menos de 30 por cento de uma companhia a lançar uma oferta completa de aquisição, disse uma autoridade sênior do Tesouro do país nesta quinta-feira.

"As empresas poderiam ser autorizadas a estabelecer um limite em seus próprios estatutos inferior ao fixado em lei", disse o subsecretário de Estado no Ministério da Economia, Alberto Giorgetti, ao parlamento.

A legislação existente obriga um investidor que detém 30 por cento ou mais das ações de uma empresa a fazer uma oferta pelo restante dela.

A sugestão de Giorgetti veio depois da espanhola Telefónica fechar um acordo esta semana para assumir controle completo sobre uma holding que controla a maior empresa de telecomunicações da Itália, a Telecom Italia. A holding, Telco, detém 22,4 por cento da Telecom Italia.

Falando durante uma audiência sobre o negócio da Telefónica com os acionistas italianos da Telco, Giorgetti disse que as empresas não teriam permissão para aumentar o limite de aquisição obrigatória para além de 30 por cento, mas podem ser autorizadas a estabelecer um limite inferior.

Se isso acontecer, a Telecom Italia poderia forçar a Telefónica a adquiri-la por cerca de 1,1 euro por ação, o preço pelo qual as ações foram avaliadas no acordo com os sócios da Telco, anunciado na terça-feira.


De acordo com a legislação existente, a Telefónica só seria obrigada a comprar o restante da Telecom Italia se tivesse uma participação controladora na Telco e se a participação da Telco na Telecom Italia fosse superior a 30 por cento, disse o regulador de mercado Giuseppe Vegas, na quinta-feira.

As ações da Telecom Italia dispararam mais de 6 por cento após os comentários de Giorgetti, antes de fecharem com valorização de 4,11 por cento, a 0,595 euro.

A perspectiva cada vez maior da Telecom Italia e sua rede fixa ficarem sob controle da companhia espanhola tem irritado políticos e sindicalistas italianos, que afirmam ter preocupações sobre segurança nacional, perda de postos de trabalho e ritmo de investimentos.

Giorgetti disse que o governo também está comprometido com mudanças na estratégia de vetos governamentais a negócios corporativos nos setores de energia, transporte e telecomunicações, mantendo respeito a leis europeias.

Segundo um esboço de decreto obtido pela Reuters nesta quinta-feira, os poderes especiais do governo poderiam ser ampliados à rede da Telecom Italia e para cobrir companhias no setor de comunicações onde os interesses nacionais estão em jogo.

A rede fixa de telecomunicações da Telecom Italia é a maior infraestrutura de comunicações do país, ligando milhões de usuários desde clientes particulares a agências governamentais, bancos e empresas.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas espanholasServiçosPaíses ricosEuropaItáliaPiigsTelecomunicaçõesTelefônicaFusões e Aquisições

Mais de Negócios

Academia mais cara do Brasil cobra até R$ 3.700 e deve faturar R$ 60 milhões em 2026

Quais são as 10 maiores empresas do Paraná? Veja quanto elas faturam

Quais são os maiores negócios do Rio Grande do Sul? Veja quanto eles faturam

Bilionário 'em dificuldades' tem indenização de US$ 400 milhões por obras de arte danificadas negada