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Isto não é o Facebook: fundador da WeWork aprende lição com IPO

Neumann, o cofundador da WeWork, concordou relutantemente na semana passada em ceder alguns de seus poderes. A questão agora: será suficiente?

Adam Neumann: SoftBank liderou a destituição do polêmico cofundador da WeWork (Michael Kovac/Getty Images)

Adam Neumann: SoftBank liderou a destituição do polêmico cofundador da WeWork (Michael Kovac/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 18 de setembro de 2019 às 09h17.

A mensagem para Adam Neumann, presidente da WeWork, ficou clara: você não é Mark Zuckerberg.

No mês passado, quando os grandiosos planos de Neumann para seu negócio de coworking começaram a ruir, banqueiros lhe avisaram que ele teria que diminuir seu poder sobre a empresa. Executivos da WeWork logo perceberiam que a era de Zuckerburg havia terminado. Em 2012, Zuckerberg listou o Facebook e ainda manteve um poder de voto extraordinário. Mas isso foi naquela época.

E foi assim que Neumann, o cofundador da WeWork, concordou relutantemente na semana passada em ceder alguns de seus poderes. A questão agora: será suficiente? O valuation estimado da WeWork já caiu em mais da metade, ou cerca de US$ 70 bilhões.

Na manhã de sexta-feira, a empresa de Neumann havia apresentado às pressas um prospecto revisado para uma oferta pública inicial - que testaria não apenas a WeWork e seu CEO-guru, mas, de várias maneiras, toda uma geração de startups com estratégias de queima de capital e crescimento a todo custo.

Em questão de semanas, o IPO da WeWork passou de uma das ofertas mais esperadas da década para talvez uma das mais temidas. Apesar do crescente ceticismo em relação às perspectivas de negócios da WeWork, Neumann resistiu em fazer mudanças na governança corporativa que seriam consideradas padrão em outros lugares.

O caos parecia evidente na quinta e na sexta-feira, quando a WeWork escolheu uma bolsa de valores, enviou e-mails aos bancos de investimento e apresentou seu novo prospecto em cerca de 12 horas.

Listagem na Nasdaq

Desafiando os céticos - entre eles, alguns de seus próprios financiadores -, a WeWork segue em frente com os planos de IPO na Nasdaq. Nem mesmo os representantes da bolsa eletrônica tinham certeza se a empresa escolheria a Nasdaq até o último minuto da quinta-feira, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

E-mails circularam noite adentro. O novo prospecto chegou logo após as 6h da manhã de sexta-feira.

Agora, começa outro prazo: 27 de setembro, a sexta-feira anterior ao Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico. Neumann deve observar o feriado e ficar inacessível por vários dias, disseram pessoas próximas à WeWork. Representantes da empresa não responderam a um pedido de comentário.

Agora, os executivos precisam convencer investidores de que a empresa - que levantou US$ 12 bilhões desde a fundação e nunca deu um centavo de lucro - vale bilhões no mercado acionário. Até o final da sexta-feira, não estava claro se a WeWork poderia começar a promover o IPO em um roadshow programado para começar nesta segunda-feira, como muitos esperavam.

--Com a colaboração de Michelle F. Davis, Anders Melin, Tom Giles e Crystal Tse.

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