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Irmãos transformam bar do Ori, em Florianópolis, em rede que vende 1 milhão de almôndegas por ano

Filhos do Ori contrataram consultoria de gestão durante a pandemia, transformando o outrora reduto da boemia em uma rede de franquias que dobrou de tamanho em 2024 e tem a meta de abrir unidades em todo o litoral de SC

Os irmãos Alex (à esquerda) e Odorico, com o seu filho Victor ao centro

Foto: Leandro Fonseca
Data: 12/09/2025 (Leandro Fonseca /Exame)

Os irmãos Alex (à esquerda) e Odorico, com o seu filho Victor ao centro Foto: Leandro Fonseca Data: 12/09/2025 (Leandro Fonseca /Exame)

Rafael Martini
Rafael Martini

Editor da Região Sul

Publicado em 15 de setembro de 2025 às 15h29.

Última atualização em 19 de setembro de 2025 às 13h41.

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Quando se pensa em Florianópolis, a primeira imagem relacionada à mesa são os frutos do mar, em especial a tainha, prato símbolo da Ilha de Santa Catarina. O que pouca gente imaginava é que dois irmãos transformariam um singelo bolinho de carne, aqui chamado de almôndega, em outro ícone da gastronomia local. Alex e Odorico são filhos do Ori, que abriu um pequeno boteco no início dos 1970, e hoje vendem mais de um milhão de almôndegas por ano.

O Bar do Ori “raiz” fica no Abraão, bairro continental de Floripa, mas hoje já conta com sete novas unidades e pretende abrir mais duas ainda em 2025. A rede de franquias, iniciada em 2021, tem chamado a atenção de investidores.

A terceira loja foi aberta em 2022, mas foi no ano passado que a expansão se consolidou, com a inauguração de três novos pontos, dobrando de tamanho em relação a 2020. A meta até 2035 é se consolidar como uma das maiores redes de franquia no litoral catarinense, com um faturamento na casa dos R$ 100 milhões até o final da próxima década. “Esse é nosso sonho”, conta Odorico Bernardo Neto.

Liza Minelli na roda de samba

São cerca de 10 mil quilos de carne moída por mês somente para fabricação da clássica almôndega, servida dentro do pão, receita criada por Ori e a esposa, Dona Oscarina, para saciar a fome da turma que frequentava o então reduto boêmio da cidade. Entre os que batiam ponto no Bar, o poeta Zininho, autor do Hino de Florianópolis, Rancho de Amor à Ilha.

Outro habitué era o cantor e compositor Luiz Henrique Rosa, “manezinho da Ilha”, como são conhecidos os nativos, que também fez carreira nos Estados Unidos. Em 1979, ele trouxe a cantora e compositora Liza Minelli, no auge da fama, para conhecer Florianópolis. Foi a primeira celebridade internacional a pisar na então pacata capital catarinense.

Em um dos passeios teria levado a amiga norte-americana ao Bar do Ori para ver de perto uma autêntica roda de samba. Não existem registros da passagem dela por lá, mas um dos frequentadores à época garante: “A turma já tinha tomado umas à mais, ninguém lembrou de tirar foto”, relata entre gargalhadas.

Aldírio Simões, famoso jornalista na cidade e cliente de carteirinha, também era um dos fiadores da passagem de Liza Minelli pelo Bar do Ori. “Ele contava esta história para todo mundo”, lembra Odorico, 43 anos.

Virada de chave

Alex Bernardo, 48 anos, conta que eles, literalmente, foram criados atrás do balcão do bar, que completou 52 anos. Após mais de 30 anos na gestão do comércio, depois que o pai passou o bastão por motivos de saúde, chegaram a pensar em fechar as portas na pandemia. Foi quando decidiram contratar uma consultoria para avaliar o negócio.  “A gente sabia que tinha um produto conhecido, mas nossa gestão era amadora”, comenta Alex.

A receita do sucesso, no caso da almôndega, eles não revelam de forma alguma. “Só posso dizer que vai carne”, brinca Alex. Para manter a qualidade do produto vendido em sete lojas, toda a produção é feita em uma cozinha central.

Para a fritura é utilizado óleo de algodão, consumindo 3,36 mil litros por mês. Odorico comenta que já chegaram a vender 3,5 mil almôndegas em um único dia e que a média gira em torno de 10 mil pessoas por dia nos finais de semana.

Ori Mercearia - Bar em Abraåo Florianópolis - SC - almôndega
Foto: Leandro Fonseca
Data: 12/09/2025 (Leandro Fonseca /Exame)

A rede de franquias começou em 2021, no Pedra Branca, um bairro planejado no município de Palhoça, na Grande Florianópolis. Em 2022, foi inaugurada a unidade no Santa Mônica, em Florianópolis. Em junho de 2024 foi no Centro da Capital. Na sequência foram outras duas lojas na região metropolitana: em julho de 2024, em São José, e em dezembro em Biguaçu.

Em junho deste ano, abriram no Campeche, no Sul da Ilha, e pretendem inaugurar até dezembro um bar nos Ingleses, Norte da Ilha, e outro em Itapema, no litoral Norte.  São cerca de 220 funcionários nas sete lojas e toda a produção de salgados é feita e porcionada diretamente na cozinha central, que fica também no bairro Abraão.

“A procura por nossas franquias tem sido crescente. Nós temos foco na expansão, mas é importante que cada parceiro tenha a real compreensão da história do Ori, que deixou de ser apenas um bar e hoje é uma casa que leva o nome de Floripa para fora também”, finaliza Alex.

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