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Investimentos do Pão de Açúcar em 2010 devem ficar abaixo do 1,6 bi previsto

Mesmo com mercado aquecido, empresa se prepara para atuar em qualquer cenário

Pão de Açúcar: investimentos em 2010 devem ficar em 1,2 bilhão de reais  (.)

Pão de Açúcar: investimentos em 2010 devem ficar em 1,2 bilhão de reais (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

São Paulo - O Pão de Açúcar apresentou ontem (27/7) seus resultados para o segundo trimestre (veja aqui a teleconferência de resultados). No semestre, a empresa investiu pouco menos de 400 milhões de reais. Foram inauguradas 24 lojas. A previsão para o segundo trimestre é de investir mais 800 milhões de reais - e encerrar 2010 com 1,2 bilhão de reais em investimentos.

Se a cifra for confirmada, significa que o Pão de Açúcar terminará o ano com investimentos menores que os 1,6 bilhão de reais previstos inicialmente.

Somente no segundo trimestre, foram 182,4 milhões de reais em investimentos, sendo 46,7 milhões de reais na abertura e construção de novas lojas e aquisição de terrenos; 84,2 milhões de reais em reformas e 51,5 milhões de reais em investimentos em infraestrutura. No mesmo período do ano passado, os investimentos foram de 113,8 milhões de reais. No acumulado do primeiro semestre, os investimentos foram de 389 milhões de reais.

A empresa acredita que é possível encerrar 2010 com o número de novas lojas previsto, mesmo com investimentos inferiores a 1,2 bilhão. Um dos desafios para a abertura de novas lojas, segundo Enéas Pestana, presidente do Grupo Pão de Açúcar, é o custo imobiliário crescente nos grandes centros. "Mas não é por conta disso que o 1,6 bilhão não será atingido", disse.

"Temos uma disciplina quanto a novos investimentos. Não se abre uma loja que não atinja a expectativa dessa disciplina", disse José Filippo, diretor executivo de serviços corporativos, finanças e TI. A empresa tem clareza em onde quer expandir, segundo Pestana. "Não vamos fazer aberturas só por fazer", disse.

Mercado aquecido

O crescimento de vendas não se dá exclusivamente pela expansão do mercado, a empresa também ganha market share, segundo Pestana. Mas o mercado vive um bom momento em 2010. Além da Copa do Mundo, as eleições também impulsionam o consumo, pois geram distribuição de renda, de acordo com Pestana. O aquecimento do mercado imobiliário também é um benefício. "Quem compra casa quer mobiliar", afirmou.

Apesar do bom momento, a empresa pretende manter uma política austera de controle de despesas para estar preparada caso o mercado piore. "Não trabalhamos pensando no mercado aquecido, pensamos no mercado ruim; é competição para brigar com quem tiver que brigar. Não é 'o mercado está fácil, então vamos subir a margem e ganhar dinheiro'", disse Pestana.

 


Resultados

O Pão de Açúcar (incluindo as operações do Ponto Frio) registrou queda de 52,6% no seu lucro líquido consolidado do segundo trimestre de 2010 em relação ao mesmo período de 2009. O valor foi de 62,3 milhões de reais no segundo trimestre deste ano. A empresa atribuiu essa queda, em seu relatório de resultados, ao efeito extraordinário da adesão ao programa de parcelamento de impostos.

No trimestre, as vendas brutas consolidadas do Grupo Pão de Açúcar, com o Ponto Frio, apresentaram crescimento de 38,5%, totalizando 7,815 bilhões de reais. As vendas líquidas atingiram 6,978 bilhões de reais, um aumento de 39,4%. Sem o Ponto Frio, as vendas brutas do Grupo Pão de Açúcar cresceram 11,5%, totalizando 6,287 bilhões de reais. As vendas líquidas atingiram 5,642 bilhões de reais, um aumento de 12,7% no período.

No conceito 'mesmas lojas' (que inclui apenas as lojas com, no mínimo, 12 meses de operação e, portanto, excluem as operações de Ponto Frio), as vendas brutas cresceram 9,9% - um incremento real de 4,6% quando deflacionadas pelo IPCA. O lucro bruto do grupo atingiu 1,398 bilhões de reais, um incremento de 10,3%.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), em termos absolutos, totalizou 359,7 milhões de reais, um crescimento de 4,2%. A margem de ebitda atingiu 6,4% no trimestre. O ebitda consolidado (com o Ponto Frio) atingiu 394,9 milhões de reais - crescimento de 14,4%, com margem ebitda de 5,7%.

 


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