Diferentemente da maior parte dos países, onde em média o setor energético representa 73% das emissões, no Brasil corresponde a apenas 18%. (Qilai Shen/Bloomberg)
Marina Filippe
Publicado em 1 de novembro de 2021 às 07h00.
Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h33.
As metas de neutralização das emissões de gases que provocam o efeito estufa é um dos grandes temas da COP26, a Conferência das Partes que ocorre em Glasgow, na Escócia, na primeira quinzena de novembro.
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Contudo, cumprir esse desafio não será fácil e um investimento globalmente pelo menos US$ 500 bilhões até 2030 em tecnologias de descarbonização devem ocorrer, segundo relatório Financing the Transition to a Net-Zero Future produzido pela consultoria Oliver Wyman em parceria com o Fórum Econômico Mundial (WEF). Os valores são dez vezes superiores aos US$ 16 bilhões que já foram aportados mundialmente de 2016 a 2020.
Assim, os investimentos estimados para até o fim desta década precisam ser direcionados para descobertas tecnológicas de descarbonização que incluem captura, armazenamento e utilização de carbono (CCUS) e geração de energia limpa com hidrogênio, bioenergia, combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e amônia verde, por exemplo.
Para implantar testar essas tecnologias em escala comercial é preciso investir trilhões de dólares. Somente até 2030, serão necessários US$ 4,3 trilhões ao ano, um aumento de mais de três vezes em relação aos níveis de investimentos de 2016 a 2020 para descarbonizar os sistemas de energia e a economia.
O relatório também aponta, com base em dados da Agência Internacional de Energia, que essas inovações serão responsáveis por mais de 40% das reduções globais de gases de efeito estufa até 2050. No entanto, o documento ressalta que as tecnologias estão em estágios iniciais de desenvolvimento e ainda não estão maduras ou competitivas em relação às alternativas existentes de alta emissão.
O objetivo do relatório, segundo a Oliver Wyman, é alertar para a urgência de acelerar a mobilização de capital privado e mitigar os riscos de um déficit de financiamento global para alcançar as metas de emissões líquidas zero até 2050.
Os indicadores do documento são resultados de entrevistas e análises envolvendo uma comunidade multissetorial de financiadores, lideranças de grandes corporações, filantropos e instituições públicas interessadas em políticas e soluções conjuntas necessárias para mobilizar o setor de capital privado.
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