Negócios

Investimentos em descarbonização precisam ser dez vezes superiores

Relatório Financing the Transition to a Net-Zero Future produzido pela consultoria Oliver Wyman em parceria com o Fórum Econômico Mundial (WEF) aponta como é preciso investir mais em tecnologia para alcançar metas de neutralização das emissões de gases de efeito estufa

Diferentemente da maior parte dos países, onde em média o setor energético representa 73% das emissões, no Brasil corresponde a apenas 18%. (Qilai Shen/Bloomberg)

Diferentemente da maior parte dos países, onde em média o setor energético representa 73% das emissões, no Brasil corresponde a apenas 18%. (Qilai Shen/Bloomberg)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 1 de novembro de 2021 às 07h00.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h33.

As metas de neutralização das emissões de gases que provocam o efeito estufa é um dos grandes temas da COP26, a Conferência das Partes que ocorre em Glasgow, na Escócia, na primeira quinzena de novembro.

A EXAME estará na COP26. Acompanhe as novidades em primeira mão

Contudo, cumprir esse desafio não será fácil e um investimento globalmente pelo menos US$ 500 bilhões até 2030 em tecnologias de descarbonização devem ocorrer, segundo relatório Financing the Transition to a Net-Zero Future produzido pela consultoria Oliver Wyman em parceria com o Fórum Econômico Mundial (WEF). Os valores são dez vezes superiores aos US$ 16 bilhões que já foram aportados mundialmente de 2016 a 2020.

Assim, os investimentos estimados para até o fim desta década precisam ser direcionados para descobertas tecnológicas de descarbonização que incluem captura, armazenamento e utilização de carbono (CCUS) e geração de energia limpa com hidrogênio, bioenergia, combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e amônia verde, por exemplo.

Para implantar testar essas tecnologias em escala comercial é preciso investir trilhões de dólares. Somente até 2030, serão necessários US$ 4,3 trilhões ao ano, um aumento de mais de três vezes em relação aos níveis de investimentos de 2016 a 2020 para descarbonizar os sistemas de energia e a economia.

O relatório também aponta, com base em dados da Agência Internacional de Energia, que essas inovações serão responsáveis ​​por mais de 40% das reduções globais de gases de efeito estufa até 2050. No entanto, o documento ressalta que as tecnologias estão em estágios iniciais de desenvolvimento e ainda não estão maduras ou competitivas em relação às alternativas existentes de alta emissão.

O objetivo do relatório, segundo a Oliver Wyman, é alertar para a urgência de acelerar a mobilização de capital privado e mitigar os riscos de um déficit de financiamento global para alcançar as metas de emissões líquidas zero até 2050.

Os indicadores do documento são resultados de entrevistas e análises envolvendo uma comunidade multissetorial de financiadores, lideranças de grandes corporações, filantropos e instituições públicas interessadas em políticas e soluções conjuntas necessárias para mobilizar o setor de capital privado.

Quer saber como as práticas sustentáveis mudam o mundo? Assine a EXAME e entenda. 

Acompanhe tudo sobre:COP26Emissões de CO2Exame na COP26Pegada de carbono

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação