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Investigado pela PF, presidente da Caoa deixa empresa em dezembro

A Caoa passou recentemente a fazer parte do noticiário político após ter sido citada em denúncia contra o governador de MG, Fernando Pimentel (PT)

Antônio Maciel Neto: Maciel vai interromper sua carreira executiva para se dedicar aos negócios próprios (JULIO BITTENCOURT/Agência O Globo)

Antônio Maciel Neto: Maciel vai interromper sua carreira executiva para se dedicar aos negócios próprios (JULIO BITTENCOURT/Agência O Globo)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de novembro de 2016 às 10h45.

São Paulo - Investigado na Operação Acrônimo da Polícia Federal, o presidente da montadora Caoa, Antônio dos Santos Maciel Neto, deixará o cargo e o grupo a partir do dia 15 de dezembro, para dar lugar ao atual vice-presidente da empresa, o engenheiro Mauro Correia, informou a empresa em nota.

A Caoa é responsável pela fabricação de veículos utilitários da Hyundai no interior de Goiás e passou recentemente a fazer parte do noticiário político após ter sido citada em denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), referente ao período em que este era ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio (MDIC), no governo de Dilma Rousseff.

O governador mineiro é acusado de pedir e receber propina de R$ 2 milhões para favorecer a Caoa. A denúncia, assinada pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, sustenta que Maciel Neto e o dono da montadora, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, repassaram os R$ 2 milhões para duas empresas de Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, empresário que está preso e é apontado como operador de Pimentel.

As empresas teriam simulado consultorias para justificar o repasse da quantia, cujo verdadeiro destinatário seria o governador.

Maciel vai interromper sua carreira executiva para se dedicar aos negócios próprios. Como empresário, ele cria bois da raça Angus numa fazenda em Itu, no interior de São Paulo, e vem avaliando novos investimentos em projetos de energia renovável e biotecnologia, esta uma área que conheceu na época em que presidiu a Suzano e comandou a compra do laboratório FuturaGene pela fabricante de papel e celulose. Antes da Suzano, foi presidente da Ford.

Em nota distribuída à imprensa, Maciel diz que foi uma honra ter participado do time de profissionais da Caoa. O dono da montadora, Carlos Alberto, afirmou que na "gestão do Maciel o grupo Caoa ficou mais profissional e mais moderno, ao mesmo tempo em que atravessamos com sucesso a maior crise do setor automobilístico brasileiro das últimas décadas".

Mauro Correia, que será o novo presidente, disse que "substituir um executivo como o Maciel é uma grande responsabilidade, mas com a ajuda do excelente time de executivos que temos, com as lições aprendidas durante a gestão do Maciel e com o apoio e vasta experiência do Dr. Carlos Alberto, estou certo do sucesso do Grupo Caoa nesta nova jornada".

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