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Investidores dizem que oferta pela Oi pode atrair credores

Investidores que planejam comprar a Oi afirmaram que podem fazer uma proposta mais atraente para os credores em recuperação judicial


	Oi: depois que credores rejeitaram proposta da Oi, grupo de investidores quer comprar a empresa e oferecer um plano melhor, segundo eles
 (Divulgação)

Oi: depois que credores rejeitaram proposta da Oi, grupo de investidores quer comprar a empresa e oferecer um plano melhor, segundo eles (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2016 às 09h09.

São Paulo - Investidores que planejam fazer uma oferta para assumir a operadora de telecomunicações em recuperação judicial Oi disseram que podem conquistar os credores descontentes com uma oferta mais atraente para o pagamento da dívida do que a apresentada pela empresa no início desta semana.

Um grupo de potenciais licitantes, liderados pela boutique de investimento ACGM, baseada em Nova York, e a paulistana Íntegra Associados, disse à Reuters que seu plano vai incluir uma mudança financeira e operacional da Oi que reembolsará os credores da empresa mais rapidamente.

Após os credores de pelo menos 40 por cento da dívida não garantida da Oi rejeitarem a proposta de reestruturação apresentada na segunda-feira pela administração da empresa, o grupo tomou a dianteira e disse à Reuters que pretende apresentar uma contraproposta.

"Uma coisa que distingue a nossa proposta é que ela é ao mesmo tempo um plano de reestruturação financeira e operacional", disse Carlos Abadi, sócio fundador da ACGM.

Renato Carvalho Franco, sócio fundador da Íntegra acrescentou: "Nós entendemos as questões relacionadas a ambos os lados", os acionistas e os credores da empresa.

ACGM e Íntegra afirmam que representam cerca de três dezenas de investidores, mas estão proibidas de revelar seus nomes devido a acordos de confidencialidade.

Os potenciais investidores incluem fundos de hedge, empresas de private equity e pelo menos uma operadora de telefonia, disseram.

No plano da Oi, os detentores de dívida sem garantia amargariam uma baixa contábil de 22 bilhões de reais, o que significa um corte de 70 por cento no valor do principal.

A ACGM disse que seu plano preliminar propõe um desconto de 60 por cento sobre o valor nominal da dívida não garantida e prazo de pagamento mais curto para credores garantidos, tais como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O grupo, no entanto, não entrou em detalhes sobre o plano ou o momento em que ele vai ser revelado, que será vital para convencer os acionistas e credores da Oi para deixá-lo assumir a empresa.

Abadi e Franco disseram que estavam esperando que a Oi apresentasse sua proposta de reestruturação de dívida para divulgarem seu plano.

O plano da Oi para reestruturar cerca de 65,4 bilhões de reais de passivos não foi bem recebido por um grupo de credores, que acusou a operadora de impor perdas injustas a eles, enquanto colocava os interesses dos acionistas em primeiro lugar.

Qualquer plano alternativo terá que ser aprovado pela empresa, credores e justiça antes de ser implementado. O segundo maior credor da Oi, depois dos detentores de cerca de 34 bilhões de reais em títulos não pagos, é o governo, com dívidas combinadas de 20 bilhões de reais.

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