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Investidores de olho no curto prazo da centenária Hering

A fabricante de roupas acumula alta de mais de 120% desde 2018, mas teve um segundo trimestre considerado decepcionante

Thiago Hering (à frente): renovação na empresa tem animado o mercado (Leandro Fonseca/Exame)

Thiago Hering (à frente): renovação na empresa tem animado o mercado (Leandro Fonseca/Exame)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 06h14.

Última atualização em 31 de outubro de 2019 às 06h32.

A fabricante de roupas Cia. Hering divulga hoje os resultados do terceiro trimestre tentando reforçar o bom momento e reverter uma má impressão recente. Apesar dos esforços da companhia em se modernizar com investimentos em tecnologia, os resultados do segundo trimestre acenderam a luz amarela. A empresa teve um crescimento na receita de apenas 0,4%.

Segundo a empresa, o resultado foi prejudicado por temperaturas mais altas do que a média histórica para o período, o que comprometeu as vendas da coleção de inverno, e pela queda na confiança do consumidor, o que impactou as vendas do Dia das Mães, data chave para o varejo brasileiro.

A expectativa é que o terceiro trimestre mostre a retomada de um movimento que vinha se desenhando antes disso. No primeiro trimestre, a receita cresceu 7,9%. Se o resultado do terceiro trimestre ajudar, a Cia. Hering estará mais próxima de consolidar uma recuperação que vem acontecendo desde 2017, mas ainda de forma pouco consistente.

O lucro, que chegou a 320 milhões de reais em 2013, caiu para 200 milhões em 2016. Em 2017, subiu para 260 milhões de reais, mas diminuiu novamente no ano passado, fechando em 240 milhões. No primeiro semestre de 2019 a última linha do balanço ficou em 87 milhões, 4,6% menor que os 92 milhões conquistados no já difícil ano de 2018.

Por enquanto, o investidor está otimista. As ações da Hering valorizaram 120% desde a metade do ano passado. Um dos motivos são as mudanças promovidas na gestão da empresa recentemente. Em junho de 2018, Thiago Hering, filho do CEO Fábio Hering, assumiu um cargo executivo na empresa após passar dez anos como franqueado da Hering. Com a chegada de Thiago, outros executivos deixaram a empresa e novas diretorias foram criadas, entre elas a de transformação digital e a de novos negócios.

A mudança na gestão trouxe agilidade para a empresa. Projetos que antes andavam lentamente viraram prioridade, dentre eles o investimento em tecnologia. Até agora, há 500 lojas que unem as vendas físicas às online, como a finalização da compra pelo celular. A meta é que todas as 719 unidades usem o modelo até o fim do ano.

Em paralelo, a empresa também se voltou para suas origens, dando mais ênfase aos produtos que sempre foram seu carro-chefe: as roupas básicas, em especial a camiseta. Os número do terceiro trimestre vão ajudar a mostrar os resultados da rota escolhida. Prestes a completar 140 anos, a Cia. Hering olha atenta para o curto prazo.

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