Negócios

Intel atualizará chips para se distanciar da AMD em processamento de dados

A segunda maior fabricante de chips do mundo em receita passou a depender do mercado de processamento de dados para crescer nos últimos anos

Intel: analistas esperam que AMD ganhe parte da fatia de mercado da empresa, com lançamento de chips com espaçamento de 7 nanômetros entre os transistores (intel/Divulgação)

Intel: analistas esperam que AMD ganhe parte da fatia de mercado da empresa, com lançamento de chips com espaçamento de 7 nanômetros entre os transistores (intel/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 7 de agosto de 2018 às 18h26.

São Francisco - A Intel planeja atualizar seus chips e combiná-los com uma nova tecnologia de memória para ajudar a companhia a se distanciar de rivais como a AMD, disse à Reuters o diretor da área voltada a centrais de processamento de dados da empresa.

A segunda maior fabricante de chips do mundo em receita passou a depender do mercado de processamento de dados para crescer nos últimos anos, à medida que o setor de computadores pessoais estagnou. Mas as ações da Intel caíram 8,5 por cento em 27 de julho, depois que a área voltada a data centers teve desempenho abaixo do esperado por Wall Street.

Analistas esperam que a AMD ganhe parte da fatia de mercado da Intel, com lançamento de chips com espaçamento de 7 nanômetros entre os transistores no próximo ano. Os chips da Intel têm 14 nanômetros entre os transistores, o que indica uma velocidade potencialmente menor de processamento. Há disputa sobre as medições, mas analistas afirmam que os números da Intel são melhores, embora a AMD pareça ter ganhado vantagem para 2019.

A Intel não vai lançar chips de 10 nanômetros para PCs até o final de 2019 e os chips para servidores virão em 2020. A companhia, que há anos se vangloria da capacidade de suas fábricas em produzir chips de ponta, "perdeu completamente o controle da narrativa" enquanto os rivais têm fábricas mais eficientes, disse Stacy Rasgon, analista da Bernstein.

Navin Shenoy, chefe da área voltada para centrais de processamento de dados da Intel e veterano de 23 anos na fabricante de chips, apresentará os planos da empresa para os analistas de Wall Street na quarta-feira.

A mensagem do executivo será que o mercado de processamento de dados é maior e atravessa crescimento mais rápido do que a empresa pensava anteriormente. Os planos dele incluem expor as expectativas da empresa para esse mercado e, pela primeira vez, revelar a receita da Intel em campos de expansão acelerada, como inteligência artificial.

A estratégia da Intel é juntar CPUs - o centro de processamento de dados de um computador - com chips de memória, chips personalizáveis e software da companhia. A empresa também pretende deixar seus processadores mais competitivos em relação às ofertas da Nvidia para tarefas de inteligência artificial. Juntas, estas iniciativas vão competir em custos e em poder de processamento ante produtos rivais, disse Shenoy.

A Intel vai unir uma nova tecnologia de chips de memória chamada Optane com seus processadores no próximo ano, ganhando vantagem ante os rivais porque a empresa passou a última década desenvolvendo a tecnologia do zero, disse o executivo.

Mas o mercado ainda espera que a AMD aumente sua participação de mercado no próximo ano, principalmente com base em chips com circuitos menores, o que melhora a eficiência, dizem os analistas.

Enquanto a Intel está atrasada na corrida pelo tamanho dos chips, seus processadores são mais capazes do que os números podem indicar, e é improvável que a empresa perca seu lugar dominante no mercado de processamento de dados entre hoje e 2020, disse o analista Dan Hutcheson, presidente-executivo da VLSI Research.

 

Acompanhe tudo sobre:Chipsempresas-de-tecnologiaIntel

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões