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Instituições para câncer são processadas por fraude nos EUA

Autoridades americanas vão processar instituições de caridade acusadas de desviarem US$ 187 milhões destinados a pacientes com câncer


	Mulher faz tratamento contra o câncer: processo "é um dos mais importantes já feitos por fraude" contra organizações do setor caritativo, explica comunicado
 (Jean-Philippe Ksiazek/AFP)

Mulher faz tratamento contra o câncer: processo "é um dos mais importantes já feitos por fraude" contra organizações do setor caritativo, explica comunicado (Jean-Philippe Ksiazek/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2015 às 21h25.

Washington - Autoridades dos Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira que vão processar quatro instituições de caridade acusadas de terem cometido entre 2008 e 2012, uma "fraude maciça", desviando cerca de 187 milhões de dólares de donativos destinados originalmente para ajudar pacientes com câncer.

A Federal Trade Commission (FTC), responsável pela defesa dos consumidores e repressão dos 50 estados, acusaram estas "supostas instituições de caridade" de solicitarem doações para pagar as despesas de medicação ou hospitalização e usar quase todos os rendimentos para fins pessoais ou para o benefício de parentes e amigos - segundo queixa apresentada no estado do Arizona.

O processo "é um dos mais importantes já feitos por fraude" contra organizações do setor caritativo, explica um comunicado.

As organizações, todas dirigidos por membros de uma mesma família, são o Fundo de Câncer da América (CFA), os Serviços de Apoio ao Cãncer (CSS) e seu presidente, James Reynolds, o Fundo da América para Câncer Infantil (CCFOA) e sua presidente, Rose Perkins (ex-mulher de Reynolds), e The Breast Cancer Society (BCS) e seu ex-presidente James Reynolds junior.

A denúncia afirma que as associações foram utilizadas para "empregar a família (dos réus) ou seus amigos, e gastavam as doações em carros, viagens, cruzeiros de luxo, despesas da faculdade, mensalidades de academias de ginástica e ingressos para eventos artísticos ou esportivos".

Quem recolhia os fundos "ficava frequentemente com 85% ou mais de cada doação", disse o comunicado.

Para esconder os desvios e os altos salários de seus executivos, as organizações tinham gravado nas suas contas mais de 223 milhões de dólares de "doações em espécie".

As chamadas foram feitas para levantar fundos através de telemarketing, correios, sites ou propagandas.

Os réus gastaram 87,9% das contribuições recebidas, das quais apenas 3% chegaram aos pacientes.

A CCFOA e Rose Perkins, o BCS e James Reynolds junior e um ex-presidente da CCS também acusado, Kyle Effler, aceitaram um acordo amistoso que os impede de levantar fundos para caridade. A CCFOA e o BCS serão desfeitos.

O CCFOA e seu presidente devem pagar R$ 30 milhões, o BCS e seu presidente Effer 65 milhões e 41 milhões, equivalentes aos montantes recebidos.

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