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Instituições financeiras não investirão em empresa ligada a desmatamento

Mais de 30 bancos e gestoras que administram US$ 8,7 trilhões em ativos se comprometeram a eliminar o investimento em atividades vinculadas ao desmatamento

Queimada na Amazônia, próxima a Porto Velho, em Rondônia. (Bruno Kelly/Amazonia Real/Divulgação)

Queimada na Amazônia, próxima a Porto Velho, em Rondônia. (Bruno Kelly/Amazonia Real/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de novembro de 2021 às 10h24.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h32.

O evento da Cúpula dos Líderes Mundiais sobre Florestas e Uso da Terra realizada em Glasgow, junto à Convenção do Clima (COP-26), anunciou nesta terça-feira, 2, mudanças de ações nas finanças privadas; no comércio sustentável de commodities florestais e agrícolas e no empoderamento dos povos indígenas e das comunidades locais.

Em finanças, por exemplo, mais de 30 instituições financeiras que administram US$ 8,7 trilhões em ativos se comprometem a eliminar o investimento em atividades vinculadas ao desmatamento.

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"O objetivo é se distanciar de portfólios que investem em cadeias de suprimentos de commodities agrícolas com alto risco de desmatamento e buscar uma produção sustentável", segundo informou o Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra), do Reino Unido, sede do evento.

Além disso, US$ 7,2 bilhões serão mobilizados para apoiar a economia florestal. Por fim, o financiamento público-privado comprometido com a Coalizão Reduzindo as Emissões por meio da Aceleração do Financiamento Florestal (Leaf, na sigla em inglês) ultrapassa US$ 1 bilhão.

"Isso fornecerá financiamento para países que reduzirem com sucesso as emissões do desmatamento, desde que essas reduções tenham sido verificadas e confirmadas de forma independente", explicou a agência britânica, acrescentando que o financiamento será fornecido apenas por empresas já comprometidas com os cortes de emissões em suas próprias cadeias de abastecimento.

A iniciativa batizada de Finanças Inovadoras para a Amazônia, Cerrado e Chaco (IFACC, na sigla em inglês) anunciará US$ 3 bilhões para acelerar o desmatamento e a soja livre de conversão e a produção de gado na América do Sul, conforme a agência britânica.

A Aliança de Investimento de Capital Natural da Iniciativa de Mercados Sustentáveis (NCIA), uma organização fundada pelo príncipe de Gales para impulsionar o investimento privado em capital natural, anunciará 12 novos membros e planeja mobilizar US$ 10 bilhões em capital privado até o final de 2022.

No comércio, foi divulgado um novo roteiro de transações sustentáveis para quebrar o vínculo entre o desmatamento e as commodities agrícolas. O manifesto foi lançado por 28 países produtores e consumidores, incluindo Indonésia, Brasil, Colômbia os da União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos.

Sobre pessoas, governos, investidores, empresas, sociedade civil e filantropos firmarão nesta terça compromissos para combater o desmatamento. Essas mudanças apoiarão o compromisso assumido por mais de 100 líderes mundiais, representando países que contêm mais de 85% das florestas do mundo, para deter e reverter o desmatamento e a degradação da terra até 2030.

A transição global para um sistema sustentável de uso da terra e alimentos pode fornecer 4,5 trilhões de libras por ano de novas oportunidades de negócios até 2030, de acordo com o Defra.

"Na última década, cerca de 40 vezes mais montantes em financiamento fluíram para práticas destrutivas de uso da terra, em vez de proteção florestal, conservação e agricultura sustentável", trouxe o comunicado.

O Departamento explicou que esses investimentos e transições serão apoiados por uma declaração conjunta de nove bancos multilaterais de desenvolvimento - incluindo o Banco Mundial - que os compromete a integrar a natureza em seus investimentos e no diálogo político com os países. A Força-Tarefa para Divulgações Relacionadas ao Clima também fortalecerá as orientações sobre relatórios a respeito das emissões do setor agrícola, florestal e de uso da terra.

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