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Indústria vê recuo de 30% na nova safra de laranja

Em 2012/13, a produção destinada à indústria somou 385 milhões de caixas, e na safra anterior (2011/12) o volume atingiu 428 milhões de caixas

A Conab estimou a safra de laranja em 2013/14 de São Paulo e do Triângulo Mineiro em cerca de 340 milhões de caixas, em número que inclui toda a produção citrícola das duas regiões ( Abid Katib/Getty Images)

A Conab estimou a safra de laranja em 2013/14 de São Paulo e do Triângulo Mineiro em cerca de 340 milhões de caixas, em número que inclui toda a produção citrícola das duas regiões ( Abid Katib/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2013 às 17h06.

São Paulo  - A produção de laranja de São Paulo e Triângulo Mineiro (MG) destinada à indústria no ciclo 2013/14 foi estimada em 268,35 milhões de caixas de 40,8 kg, queda de 30,4 % em relação ao ciclo anterior, segundo estimativa desta terça-feira de associação que reúne o setor.

A citricultura vem de duas safras grandes que contribuíram para pressionar as cotações da fruta no mercado interno.

Em 2012/13, a produção destinada à indústria somou 385 milhões de caixas, e na safra anterior (2011/12) o volume atingiu 428 milhões de caixas, segundo dados compilados pela indústria.

"A inusitada sequência de duas grandes safras de laranja, que em muito estressou os pomares, somada a recentes fatores climáticos adversos, indicam uma quebra de produtividade", informou a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) em nota.

A entidade estima uma queda de 24,7 na produtividade das plantas produtivas para a safra 2013/14, para 1,65 caixa de 40,8 kg por planta.

Mais cedo, nesta terça-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a produtividade na safra 2013/14 em 1,72 caixas.

A Conab estimou a safra de laranja em 2013/14 de São Paulo e do Triângulo Mineiro em cerca de 340 milhões de caixas, em número que inclui toda a produção citrícola das duas regiões.

Deste total, a Conab estima que produção prevista para a indústria no ciclo 2013/14 deverá somar cerca de 290 milhões de caixas.

O Brasil é o principal produtor mundial e o maior exportador global de suco de laranja. A safra brasileira tem início entre maio-junho e se estende até dezembro-janeiro, quando são colhidas as variedades mais tardias.

"No último ano o setor passou por uma de suas mais severas crises, influenciada pela diminuição do consumo de suco no mercado externo e elevados estoques", ressaltou a Conab em sua primeira estimativa para a safra.


Os baixos preços pagos pela fruta e a falta de mercado para escoar a produção --uma vez que a indústria já contava com estoques elevados-- fez os produtores deixarem as frutas no pomar, provocando problemas fitossanitários e até a eliminação dos pés, com comprometimento da safra 2013/14.

O levantamento da indústria indica que houve uma redução de 7,5 % no número de plantas produtivas nas duas importantes regiões que destinam frutas à indústria.

O prolongamento do período de colheita durante as duas grandes safras sobrecarregou e estressou as árvores, tendo impacto na produtividade da safra, acrescentou a assessoria da CitrusBR.

Conab

Em São Paulo na safra 2013/14 foi estimada em 328 milhões de caixas de 40,8 kg, informou a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) nesta terça-feira, em sua primeira estimativa para o ciclo.

A produção de São Paulo, principal produtor da fruta do Brasil, deve ser absorvida principalmente pelas indústrias processadores de suco, que ficarão com 279,1 milhões de caixas.

O restante será destinado ao mercado "in natura", acrescentou a Conab.

A área plantada com laranja foi vista em 531,5 mil hectares, em produção de 497 mil hectares, e a produtividade média foi estimada em 660 caixas por hectare.

A colheita mais intensa deve se dar nos meses de setembro a novembro, enquanto que nos meses de maio a fevereiro do ano subsequente inicia a de variedades precoces, de meia-estação e variedades tardias.

Ainda foi observado no estudo a erradicação de 36,7 mil hectares, com 72 % desta área sendo substituída por cana-de-açúcar e 15 % por milho e soja, acrescentou a companhia.

Já produção da região do Triângulo Mineiro deve ser de 11,9 milhões de caixas. Dos 22,2 mil hectares de área total plantados, 21,4 estão em produção, com produtividade média estimada em 556 caixas por hectare.

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