Negócios

Índia paralisa abertura de mercado a gigantes do varejo

Primeira grande reforma econômica do mandato do primeiro-ministro Manmohan Singh permitirá que empresas como Walmart entrem no mercado do país

Medida beneficia gigantes como o Walmart  (Wikimedia Commons)

Medida beneficia gigantes como o Walmart (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2011 às 09h53.

MUMBAI - A Índia paralisou um projeto para abrir sua indústria varejista a grandes redes de supermercados estrangeiras, informou neste domingo uma importante fonte do governo, em uma embaraçosa reviravolta de um governo pressionado para manter o apoio de aliados.

A medida permitirá que gigantes como o Walmart entrem no mercado varejista da Índia, na primeira grande reforma econômica desde o início do mandato do primeiro-ministro Manmohan Singh, em 2009. A mudança foi criticada por pessoas que dizem que as grandes empresas destruirão o sustento de milhões de pequenos comerciantes.

"Isso é uma pausa," disse a fonte do governo à Reuters. "Não veja como um recuo, como se o governo estivesse cedendo. É apenas uma pequena pausa." A ideia parece dar ao partido governista, que está sendo criticado, tempo para ganhar apoio de seus aliados da coalizão.

"O Parlamento precisa funcionar novamente. Há muitas coisas que o governo precisa fazer," acrescentou a fonte, um dia depois de o maior aliado dos governistas ter dito que a medida tinha sido desprezada devido a discordâncias dentro da coalizão. Singh perdeu muito de sua credibilidade como reformista que transformou a Índia de um país perto de quebrar há 20 anos para uma maravilha da economia. O governo deve soltar um comunicado oficial sobre o projeto na segunda-feira, afirmou a fonte.

Permitir investimento estrangeiro direto em uma indústria varejista dominada por pequenas lojas era proclamado pelo Congresso como uma política que ajudaria a amenizar a alta da inflação, melhorar a infraestrutura de suprimentos e criar milhões de empregos. O principal partido de oposição, o Bharatiya Janata, liderou protestos contra a reforma no Parlamento, o que paralisou ambas as esferas do Congresso desde a semana passada.


Mamata Banerjee, líder do maior aliado do governo no Congresso e um crítico da medida, afirmou no sábado que o governo disse a ela que os planos seriam colocados em espera até que um consenso pudesse ser alcançado. Sua legenda leva 19 votos para a coalizão de Singh, que precisa dos aliados para ter uma mínima maioria no Parlamento em Nova Délhi.

Os partidos da situação da Índia comumente dependem de inconstantes aliados, que podem usar a relevância de seus votos no Parlamento para negociar concessões ou apoio para as regiões ou Estados que representam. "Isso é apenas a política Indiana. O Parlamento está paralisado por um assunto que, há alguns meses, todos estavam de acordo." A polêmica sobre o projeto ocorre em um momento no qual o partido governista luta para acabar com as críticas por não ter conseguido combater a inflação e manter o grande crescimento econômico. Haverá uma importante eleição no próximo ano e eleições gerais em 2014.

Singh rejeitou nesta semana pedidos para que derrube o projeto, em meio a cenas caóticas no Parlamento. Legisladores da oposição fizeram coro e levantaram cartazes denunciando a medida como liquidação do país.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaComércioEmpresasEmpresas americanasÍndiaSupermercadosVarejoWalmart

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem