Trabalhadores da construção civil: a Tecnisa registrou lucro de 2.744% (Sam Hodgson/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2013 às 09h47.
São Paulo - Os balanços das empresas de construção civil no segundo trimestre mostraram melhora em comparação a igual período de 2012. Das 13 incorporadoras e construtoras listadas no Índice Imobiliário (Imob) da bolsa, seis tiveram lucro líquido maior: Cyrela (alta de 27,9%), Direcional (30,9%), Even (96,0%), Eztec (70,5%), Helbor (17,6%) e Tecnisa (2.744%).
Outras duas diminuíram o prejuízo: PDG (redução de 76,7%) e Brookfield (redução de 58,1%). A Rossi reverteu prejuízo e passou a ter lucro. Os dados foram levantados pela consultoria Economática para o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
A melhora dos balanços vem ocorrendo gradualmente após o setor ter sido afetado nos últimos dois a três anos por atrasos de obras, descontrole de orçamentos e cancelamento de vendas - fatores que derrubaram as margens e elevaram o endividamento. De lá pra cá, as companhias iniciaram reestruturações com foco na revisão de orçamentos, conclusão de obras e aceleração do repasse dos clientes para o financiamento bancário, momento em que recebem a maior parte do pagamento pelo imóvel vendido na planta.
Apesar disso, os cancelamentos têm sido problema recorrente. No trimestre passado, foram desfeitas vendas no valor de R$ 1,47 bilhão, considerando os números reportados por PDG (R$ 373 milhões), Gafisa (R$ 354 milhões), MRV (R$ 293 milhões), Rossi (R$ 165 milhões), Brookfield (R$ 160 milhões) e Tecnisa (R$ 132 milhões).
Os distratos ocorrem quando a obra é concluída e o comprador não tem condições de assumir o financiamento para quitar a dívida. Em parte, isso é explicado por má avaliação da capacidade financeira do comprador ou por deterioração do orçamento desse comprador ao longo dos 24 meses a 30 meses de construção do imóvel. Para as incorporadoras, o cancelamento da venda é uma perda de receita que pode ser compensada pela revenda a preço superior. A expectativa do mercado é que o volume de distratos continue alto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.