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Inclusão LGBTI+ é prioridade para os presidentes destas empresas no Brasil

Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ reúne cerca de 50 dos 94 signatários e discute as políticas de equidade para a população LGBTI+

 (FatCamera/Getty Images)

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Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 11h32.

Última atualização em 25 de agosto de 2020 às 15h26.

Na manhã desta terça-feira, 25, cerca de 50 presidentes de empresas com atuação no Brasil se reuniram na abertura do evento anual do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ para discutir os compromissos e avanços de empregabilidade para esse público. "Todas as pessoas nascem livres e iguais em direito. A sociedade brasileira precisa da voz empresarial falando do tema para promover esses direitos aos LGBTI+", diz Reinaldo Bulgarelli, secretário-executivo do Fórum, que atualmente tem 94 empresas signatárias.

De modo geral, os executivos reconhecem avanços nas companhias apesar de altos e baixos nas políticas públicas, como lembrou Fernando Serec, sócio do Tozzini Freire Advogados. "Logo no início do governo tivemos a retirada da população LGBTI+ das diretrizes dos direitos humanos, seguidas de outras iniciativas. Por outro lado, a homofobia foi criminalizada", diz.

Construir uma raíz sólida da diversidade e inclusão da empresa vai além do apoio da liderança e do investimento financeiro em eventos e políticas que promovam a quebra de viéses inconscientes, o respeito e a promoção de grupos minorizados.

Fazer com que o funcionário se sinta bem no ambiente de trabalho é também um valor competitivo. "61% dos funcionários não falam da sua sexualidade com medo de perder o emprego e 41% afirma ter sofrido discriminação por sua identidade sexual ou de gênero. Ainda somos uma parte pequena de empresas que precisa incentivar as demais", afirma Dimitrius Oliveira, presidente da Atento.

Para os executivos, a diversidade precisa ter no mercado a importância de outros temas como ESG. "Os CEOs entenderem que se não nos posicionarmos a favor da sustentabilidade, o Brasil vai pagar muito caro. Se não ensinarmos nossos parceiros as nossas práticas intencionais de diversidade vamos estar perdendo grandes talentos", diz Tania Cosentino, presidente da Microsoft.

Uma pesquisa recente da consultoria McKinsey, empresas na América Latina com diversidade sexual podem ser 15% mais lucrativas em relação ao impacto da margem Ebit, quando comparada com a média da respectiva indústria. Nessas empresas há também mais inovação, felicidade, e líderes admirados.

Para promover um ambiente organizacional seguro, as empresa se unem à iniciativas sociais como o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, o Movimento Mulher 360, a Rede Empresarial pela Inclusão Social e o Fórum de Gerações. "Temos desafios imensos em todas as pontas, o avanço depende de um trabalho conjunto", diz Ricardo Sales, consultor da Mais Diversidade e executivo do Fórum de Gerações.

"Queremos promover ferramentas que possam mostrar o legado, mas também instrumentos para assumir ações afirmativas. As desigualdades não são naturais, elas foram construídas e podem ser superadas, e é necessário acelerar", afirma Caio Magri, presidente do Instituto Ethos.

Outro passo importante é lembrar que as pessoas possuem diferentes características da diversidade, que precisam ser trabalhadas de modo unificado. "Uma mesma pessoa pode ser mulher, LGBTI+ e negra. A interseccionalidade é um valor importante na evolução das políticas", diz Margareth Goldenberg, gestora executiva do Movimento Mulher 360.

 

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