Negócios

Inbrands arruma a casa para voltar às compras

Após fazer esforços para integrar as marcas, reduzir custos e sair do vermelho, a ordem agora é buscar novas aquisições


	Mulher comprando roupas: o foco são grifes que já sejam “desejadas” pelo consumidor 
 (Getty Images)

Mulher comprando roupas: o foco são grifes que já sejam “desejadas” pelo consumidor  (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2013 às 07h42.

São Paulo - A Inbrands, empresa dona de 11 grifes, se prepara para voltar às compras em 2014. A companhia, que se define como “líder na consolidação e gestão de marcas de moda” interrompeu uma sequência de aquisições para arrumar a casa nos últimos dois anos. De lá para cá, fez esforços para integrar as marcas, reduzir custos e sair do vermelho. A ordem agora é buscar novas aquisições.

A companhia já está em conversas avançadas com duas empresas, disse ao jornal O Estado de s. Paulo o presidente da Inbrands, Michel Sarkis, sem revelar os nomes. Segundo ele, o foco são grifes que já sejam “desejadas” pelo consumidor e que tenham potencial para gerar “centenas de milhões de reais” de receitas.

O modelo de negócios da Inbrands é inspirado no francês LVMH, dono de marcas como Louis Vuitton, Givenchy e Dior, e prevê a formação de um conglomerado de marcas de moda. A Inbrands foi criada da Ellus, em 2007, e tem entre os acionistas o fundo Vinci Partners. A empresa fez uma série de aquisições em 2010 e 2011, quando comprou marcas como Richards, Salinas e Bobstore.

A última marca adquirida foi a Mandi, em novembro de 2011. Depois, a única operação feita foi a joint venture com a americana Tommy Hilfiger, em novembro de 2012. “Foi uma oportunidade que não quisemos recusar”, explica Sarkis.

Hoje o grupo reúne marcas vendidas em 171 lojas próprias, 186 franquias e 4.955 lojas multimarcas, segundo dados do terceiro trimestre. “É hora de fazer um novo movimento de expansão”, disse Sarkis.

Segundo ele, a Inbrands poderá acelerar o que chama de “segundo ciclo de crescimento” com uma oferta inicial de ações. Sarkis diz que a abertura de capital está no radar da empresa, mas o prazo depende do mercado.


Para Anna Chaia, sócia operadora da parte de varejo seletivo do fundo Advent, a onda de consolidação no varejo de moda deve continuar em 2014. “O varejo multimarca é uma alternativa para otimizar custos. O desafio é crescer sem canibalizar as marcas”, disse Anna.

Segundo ela, a maior dificuldade para fechar os negócios são os passivos financeiros de empresas familiares. “Nenhum fundo fecha compra de empresa com problema sério de caixa 2, por exemplo. Inviabiliza a operação”, disse.

Parada técnica

A interrupção das aquisições da Inbrands nos últimos dois anos visava integrar as novas marcas, reduzir custos e capturar sinergias da nova estrutura. Se, de um lado, a Inbrands despontava como uma consolidadora do mercado de moda, de outro, mostrava resultados financeiros ruins.

Em 2012, viu a receita bruta mais que dobrar, saltando de R$ 498 milhões para R$ 1 bilhão. Apesar disso, a empresa teve prejuízo de R$ 14 milhões. “É difícil capturar as sinergias entre as marcas. Os maiores investimentos, como a expansão de lojas e de marketing, não têm integração imediata”, explica Marcelo Bicudo, sócio da consultoria Epigram e especializado em marketing e varejo. “

O lucro não vem no curto prazo.” No caso da Inbrands, a conta ficou no azul apenas no terceiro trimestre deste ano, quando a empresa lucrou R$ 20,6 milhões. Sarkis atribui o resultado a um esforço em integrar as marcas feito nos últimos dois anos.

A companhia chegou a ter 27 CNPJs, número que foi reduzido para três - um para a Inbrands, contemplando todas as marcas, outro para a Tommy Hilfiger Brasil e o terceiro para a Luminosidade, responsável pela organização de eventos como São Paulo Fashion Week e Fashion Rio.

As atividades de compra de matéria-prima, logística e finanças de todas as marcas foram unificadas. As grifes mantêm apenas as áreas de criação, marketing e vendas independentes.

Tudo isso fez as despesas administrativas caírem de 25% para 12% da receita entre 2011 e 2013. Só a integração da distribuição de roupas trouxe dois pontos porcentuais de margem para a empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasFusões e AquisiçõesInBrandsModaTêxteis

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades