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Inadimplência tem pico no Bradesco, mas mostra sinais de melhora

Para se proteger dos calotes, a provisão do Bradesco chegou a R$ 5,5 bilhões no fim do ano

Bradesco: "A inadimplência está no pico, agora. Mas vamos começar a ver uma melhora", disse diretor (foto/Divulgação)

Bradesco: "A inadimplência está no pico, agora. Mas vamos começar a ver uma melhora", disse diretor (foto/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 15h39.

São Paulo - O Bradesco enfrenta seus maiores níveis de inadimplência nos últimos dois anos. O índice dos não pagamentos há mais de 90 dias subiu para 5,5%, por conta da crise econômica, falência e recuperação de empresas e do desemprego. Em março de 2015, esse número era de 3,6%.

As micro, pequenas e médias empresas são as que mais sofreram: a inadimplência entre esse grupo é de 8,62%.

Para se proteger dos calotes, a provisão do Bradesco chegou a R$ 5,5 bilhões no fim do ano, 10,4% de suas operações de crédito. Esse valor é suficiente para cobrir 206,8% das perdas esperadas.

Um cliente específico, que o banco não revelou qual seria, causou um aumento no provisionamento de R$ 1,2 bilhão no primeiro semestre de 2016, o que foi divulgado hoje.

Estas despesas afetaram os ganhos do banco. Em 2016, o lucro líquido ajustado do Bradesco foi a R$ 17,121 bilhões em 2016, queda de 4,2% em relação a 2015, de R$ 17,873 bilhões.

A carteira de crédito expandida do Bradesco também sofreu uma queda em relação ao trimestre anterior, de 1,3%.

Futuro otimista

Esses números, porém, tendem a melhorar nos próximos trimestres, afirmou Carlos Firetti, diretor de relações com o mercado do Bradesco.

"A inadimplência está no pico, agora. Mas vamos começar a ver uma melhora", disse. Segundo ele, a inadimplência no curto prazo, já começa a dar sinais de melhora.

Com a queda nos calotes, também diminuem as provisões feitas pelo banco, o que deve acontecer no fim deste ano.

Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de cortar a taxa básica de juros de 13,75% para 13%, diversos bancos também anunciaram cortes em suas taxas de juros.

Firetti afirma, no entanto, que essa decisão não irá afetar os ganhos da empresa. Com um ambiente econômico mais favorável, a carteira de crédito deverá voltar a crescer e a inadimplência tende a cair.

Banco digital

Com o avanço da tecnologia no mercado financeiro, os bancos tradicionais precisam se atualizar.

As chamadas fintechs, startups do setor financeiro, que oferecem cartões sem anuidade, controle de gastos e a possibilidade de resolver tudo pelo celular, obrigaram os líderes do setor a se modernizarem.

Por isso, o Bradesco está criando um novo banco, totalmente digital. Ele deverá entrar em operação ainda esse semestre. A ideia é atrair o público jovem, de 25 a 35 anos, que já tem uma relação diferente com o setor financeiro.

O banco também incentiva o uso de agências digitais entre os clientes que já realizam a maior parte de suas transações por meios eletrônicos.

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