PSG: fair-play financeiro estipula que clube participante das competições organizadas pela Uefa não pode gastar mais do que arrecada (Jeroen Meuwsen / Soccrates/Getty Images)
AFP
Publicado em 11 de abril de 2018 às 23h36.
Última atualização em 12 de abril de 2018 às 10h40.
Os contratos assinados pelo PSG com patrocinadores estreitamente ligados a seus proprietários foram "supervalorizados" e poderiam expor o clube a punições da Uefa por desrespeito ao fair-play financeiro, anunciou o Financial Times na quarta-feira. "Informações incorretas", se defendeu o clube.
O Financial Times cita diversas fontes para afirmar que a entidade de controle financeiro dos clubes (ICFC), encarregada de fazer valer o fair-play financeiro adotado pela Uefa, nomeou o escritório independente Octagon (especializado em marketing esportivo) para analisar os contratos assinados pelo clube parisiense com empresas e entidades próximas ao acionista majoritário do PSG, o Estado catariano.
O jornal especializado em economia cita duas fontes próximas ao caso que afirmam que estes contratos foram "significativamente supervalorizados" em relação ao preço do mercado.
O fair-play financeiro estipula que um clube participante das competições organizadas pela Uefa (Liga dos Campeões, Liga Europa) não pode gastar mais do que arrecada (mesmo se receber o aporte financeiro de um acionista/dono rico) nem apresentar um déficit acumulado superior a 30 milhões de euros em três anos.
O Paris Saint-Germain "só tem a lamentar que a poucos dias de um encontro previsto com a Uefa", em 20 de abril com a ICFC, "mais uma vez sejam publicadas informações incorretas contra o clube na imprensa britânica", se defendeu o clube nesta quarta-feira, em comunicado.
"O processo está seguindo seu caminho", continuou o PSG, que está "em comunicação permanente com seus interlocutores na Uefa". Questionada pela AFP, a entidade que rege o futebol europeu não quis comentar o caso.
A Uefa iniciou em setembro uma investigação financeira do PSG, após o clube parisiense desembolsar fortunas em contratações para trazer o brasileiro Neymar (222 milhões de euros) e o francês Kylian Mbappé (180 milhões de euros).
O clube teria que encontrar meio de arrecadar cerca de 50 milhões de euros até 30 de junho para escapar de uma punição.
O PSG já foi punido em 2014 por um contrato assinado com o Ministério de Turismo do Catar que a Uefa havia julgado supervalorizado. As sanções (multa, restrição de inscrição de jogadores na Liga dos Campeões, etc.) foram retiradas em seguida.