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Impedidos de voar, Boeings 737 Max ocupam até estacionamentos de carros

Guardar os aviões custa muito caro para a fabricante: são mais de 2 mil dólares por mês para cada aeronave parada

Boeing: Em março, a Boeing determinou a suspensão de todos os aviões desse modelo (Lindsey Wasson/File Photo/Reuters)

Boeing: Em março, a Boeing determinou a suspensão de todos os aviões desse modelo (Lindsey Wasson/File Photo/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 25 de junho de 2019 às 16h00.

Última atualização em 25 de junho de 2019 às 16h00.

Depois de dois acidentes fatais envolvendo aviões da Boeing no modelo 737 Max, a fabricante viu os pedidos para novas aeronaves despencarem. Como consequência, a Boeing está com um estoque grande demais para gerenciar. A empresa tem tantos aviões 737 Max parados que está usando estacionamentos dos funcionários para estocá-los, de acordo com uma emissora local de televisão de Seattle, King-TV.

Segundo o Business Insider, o uso dos estacionamentos de carros faz parte do plano de gerenciamento de inventário da fabricante. "Estamos usando recursos de toda a companhia Boeing durante a pausa nas entregas do 737 Max, incluindo nossas instalações em Puget Soung, Boeing San Antonio e o Lago Moses", disse Paul Bergman, porta-voz da empresa, para o veículo.

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Há aviões também em um espaço próprio para o estoque de aeronaves, mas expostos a intempéries naturais. No estacionamento próximo ao deserto de Mojave, na Califórnia, trabalhadores precisam proteger as aeronaves do sul, ventos e areia, assim como insetos e aves que entram nos motores e turbinas. 

Segundo a Bloomberg, guardar os aviões custa muito caro para a fabricante: são mais de 2 mil dólares por mês para cada aeronave parada. Funcionários fazem testes constantes nos motores e mecanismos da aeronave, para que o tempo parado não as danifique tanto.

A empresa enfrenta sua pior crise desde que um 737 MAX da Ethiopian Airlines caiu, matando todas as 157 pessoas a bordo, no segundo acidente fatal envolvendo a aeronave em apenas cinco meses. Os dois acidentes, juntos, mataram 346 passageiros.

Em março, a Boeing determinou a suspensão de todos os aviões desse modelo. Há 371 aeronaves do tipo em todo o mundo. A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) havia determinado a suspensão dos voos nos Estados Unidos e a Anac, no Brasil. 

Além da suspensão dos voos das aeronaves já existentes, a empresa também está impedida de entregar os aviões novos já fabricados para as companhias aéreas. As entregas da Boeing em maio caíram 56% como consequência.

Até agora, a empresa já reportou ter perdido mais de 1 bilhão de dólares por conta dos acidentes, com receitas menores de produção e custos de atualização de software. 

A Boeing admitiu na semana passada, durante a Paris Airshow, que cometeu um erro ao implementar um sistema defeituoso de aviso de cabine na aeronave 737 MAX e previu que levará tempo para reconstruir a confiança dos clientes na sequência de dois acidentes fatais. O presidente-executivo da empresa, Dennis Muilenburg, disse que a Boeing falhou na comunicação com os reguladores e clientes.

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