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Estudantes brasileiros devem olhar além do 'sonho americano' — este grupo apresenta uma alternativa

A instituição global Study Group oferece programas preparatórios e de fundação em países como o Reino Unido, ajudando estudantes a se adaptarem ao ambiente acadêmico e cultural

Família dá tchau abanando bandeira dos Estados Unidos (Freepik / Edição)

Família dá tchau abanando bandeira dos Estados Unidos (Freepik / Edição)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 10 de junho de 2025 às 09h05.

Com as recentes mudanças nas políticas de imigração dos Estados Unidos, os estudantes brasileiros que sonham em estudar no país se deparam com um cenário de incertezas. Desde 2025, a administração Trump implementou novas restrições, como a pausa nas entrevistas de visto e o aumento do monitoramento nas redes sociais. Para muitos, o sonho americano se torna cada vez mais distante, o que faz com que novas alternativas se tornem opções atraentes.

Em 2024, cerca de 110 mil brasileiros estavam matriculados em instituições de ensino no exterior. Argentina, Portugal, Austrália e Estados Unidos lideram a lista de destinos, mas outros locais ganham relevância como alternativas mais acessíveis e de qualidade, com programas de ensino de renome e custos menores. Com foco em expandir a presença na América Latina, o Study Group surge como uma ponte para essas novas possibilidades educacionais.

Fundada em 1994, a empresa é originária do British Study Group, formado pelos empresários Andrew Colin e Duncan Greenland, que adquiriram escolas de idiomas no final da década de 1980 e início da década de 1990.

Sob a liderança de Ian Crichton desde 2022, a instituição oferece programas preparatórios e de fundação em países como o Reino Unido e China, ajudando estudantes a se adaptarem ao ambiente acadêmico e cultural. Para Crichton, o Brasil precisa se libertar da dependência dos EUA e aproveitar as oportunidades globais que vão além das fronteiras tradicionais.

A nova realidade

O novo ciclo da administração Trump trouxe consigo uma série de mudanças drásticas nas políticas de imigração e de vistos, com impactos diretos para os estudantes internacionais. Uma das medidas mais impactantes foi a pausa nas entrevistas para vistos de estudante, que começou em maio de 2025, afetando milhões de potenciais alunos em todo o mundo.

Essa pausa é acompanhada por uma ampliação das exigências de monitoramento nas redes sociais, criando um ambiente de incerteza sobre o que pode ou não ser aceito para que um visto seja concedido.

Além disso, a administração Trump anunciou restrições específicas para 12 países, incluindo várias nações do Oriente Médio, com a suspensão total de vistos de estudante, o que amplia ainda mais a exclusão de muitas nacionalidades. Apesar da lista não incluir brasileiros, um caso recente se destaca: o estudante brasileiro Marcelo Gomes, de 18 anos, foi detido por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) a caminho do treino de voleibol da escola. O jovem vive há 13 anos no país e ainda não ingressou na faculdade.

A situação se agrava com a revogação de vistos já concedidos a estudantes internacionais e com a proibição de novos estudantes estrangeiros em Harvard, a maior universidade do país, alvo direto da administração por questões políticas e ideológicas.

As alternativas

Enquanto a realidade nos Estados Unidos se dificulta, Ian Crichton, ao visitar o Brasil, destacou a importância de ampliar os horizontes dos estudantes brasileiros para destinos como o Reino Unido e a China.

Para ele, essas nações oferecem uma educação de excelência e, ao mesmo tempo, abrem portas para um mundo mais conectado e plural. “O Brasil precisa repensar sua dependência dos Estados Unidos. As oportunidades educacionais globais estão se diversificando”, afirmou.

O Study Group já possui parcerias com instituições de prestígio no Reino Unido e oferece cursos preparatórios e programas de fundação que ajudam os alunos a se adaptarem à realidade acadêmica e cultural do país.

Já a China tem se tornado uma alternativa cada vez mais relevante. Com uma crescente influência econômica e acadêmica, a China não só oferece cursos com um custo significativamente menor do que os dos EUA ou do Reino Unido, mas também abre portas para um mercado global que está em plena ascensão.

O Study Group está ampliando as operações nesse país, criando programas de intercâmbio e ensino preparatório, que podem ser uma ótima opção para quem quer estudar no exterior sem as complicações do visto norte-americano.

Para Crichton, é essencial que o Brasil deixe de olhar para o mercado educacional dos Estados Unidos como única possibilidade. O mundo está se tornando cada vez mais multifacetado e dinâmico, e o Brasil precisa estar preparado para essa realidade.

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