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iFood pretende zerar emissões de carbono de suas operações

Maior aplicativo de delivery do país investe em programas para se tornar carbono zero até 2025 e diminuir o uso de plástico descartável

Emissões geradas com as entregas são zeradas por meio de investimentos de programas de preservação de florestas (Bloomberg/Getty Images)

Emissões geradas com as entregas são zeradas por meio de investimentos de programas de preservação de florestas (Bloomberg/Getty Images)

EXAME Solutions
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Publicado em 1 de fevereiro de 2023 às 12h00.

Última atualização em 7 de março de 2023 às 12h10.

Pedir delivery pelo iFood pode ser muito prático aos consumidores. No entanto, existem diversas preocupações do ponto de vista ambiental, já que muitos dos pedidos acompanham guardanapos, talheres, copos e embalagens diversas de plástico de uso único.

Com isso, o iFood, startup de entrega de alimentos com sede no Brasil, buscou adotar uma série de iniciativas destinadas a reduzir o impacto ambiental da empresa, à medida que os consumidores pressionam por medidas pró-sustentabilidade, principalmente no que se refere ao uso de plástico.

Emissão de plástico por delivery 

Quando os restaurantes fecharam suas portas devido aos bloqueios da pandemia de Covid-19, os serviços de entrega se tornaram a força vital para manter o funcionamento de muitas empresas. No entanto, o aumento do delivery também elevou o consumo de plástico.

Segundo o estudo “O mercado de delivery de refeições e a poluição plástica”, encomendado pela ONG Oceana, o consumo de plásticos descartáveis em pedidos de entrega de comida aumentou 46% no Brasil, de 2019 a 2021, um salto de 17,16 mil toneladas para 25,13 mil toneladas.

Ainda de acordo com a pesquisa, somente em 2021, a quantidade total de resíduos plásticos gerados pelos serviços de entrega de alimentos no país foi de 68 toneladas por dia ou 2,8 toneladas por hora. 

Esse crescimento mantido a longo prazo poderia gerar diversos impactos ao meio ambiente, inclusive, colaborando com o aquecimento global.

Qual a relação do plástico e o aquecimento global?

A produção excessiva de plástico tem o potencial de exacerbar os impactos climáticos, podendo gerar efeitos negativos e contribuir para a aceleração do aquecimento global, caso a produção, descarte e incineração do material continuem em sua atual trajetória de crescimento.

No Acordo de Paris, estabelecido em 2015, os países se propuseram a buscar medidas para limitar o crescimento da temperatura média global em 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.

No entanto, um estudo realizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado em maio de 2022, mostrou que há 50% de chance de que essa marca seja ultrapassada nos próximos 5 anos. Mas o que a produção de plástico teria a ver com isso?

Segundo relatório de 2019 da ONG Center of International Environmental Law (CIEL), estima-se que as emissões globais anuais relacionadas ao plástico possam atingir 1,34 gigatoneladas até 2030, o equivalente a mais de 295 usinas de energia movidas a carvão de 500 megawatts.

Já um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente de 2021 mostrou que no ano de 2015, as emissões de gases do efeito estufa que eram geradas por plásticos correspondiam a 1,7 gigatoneladas de CO₂, havendo possibilidade de que essas emissões pudessem aumentar para 6,5 gigatoneladas de dióxido de carbono até 2050. 

Por isso, apesar de não ser o único fator, a produção de plástico em excesso é um dos mais preocupantes quando o assunto é a preocupação com o meio ambiente e o aquecimento global.

Conscientização do uso 

Conforme dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), somente 9% dos resíduos plásticos do planeta foram reciclados no ano de 2019, de um total 353 milhões de toneladas gerados do material.

O iFood, principal foodtech do Brasil, colocou em prática um plano de redução de impacto ambiental que visa acabar com a poluição plástica por meio de suas operações de entrega e se tornar carbono neutro até 2025. 

O que é emissão de carbono no iFood?

Para alcançar o objetivo de se tornar neutro em carbono, o iFood investe em pesquisas relacionadas a compensações de carbono. Como resultado, a empresa de delivery firmou uma parceria com a Moss, climatech ambiental brasileira que comercializa créditos de carbono, para poder zerar suas emissões.

A compensação ocorre da seguinte forma:

  1. O iFood faz um levantamento do número de pedidos até o final do ano;
  2. Uma calculadora desenvolvida pela Moss prevê quantas toneladas de CO₂ serão emitidas;
  3. Uma vez quantificada, pode-se calcular a área de floresta que deve ser protegida para neutralizar tais emissões;
  4. O iFood compra créditos de carbono da Moss;
  5. A Moss aloca os fundos em projetos de conservação ambiental.

Como resultado da estratégia, no segundo semestre de 2021, o iFood adquiriu em crédito de carbono equivalente a mais de 115 mil toneladas de CO₂. Esse método antecipou a compensação de CO₂ do iFood em 2022, o que fez com que mais de 1.250 quilômetros quadrados (cerca de 125 campos de futebol) de floresta fossem protegidos.

Outras iniciativas do iFood

Embora a empresa seja pioneira na área de compensação de carbono, o iFood planeja neutralizar sua pegada de carbono investindo em projetos que gerem créditos de carbono, em vez de comprar créditos de carbono no mercado.

Em outras palavras, o CO₂ “emitido” pelo iFood nas ruas deve ser compensado pelos projetos que a empresa investirá. Além disso, o iFood priorizará soluções que promovam o uso de embalagens sustentáveis ​​e o uso de modais “limpos” (bicicletas, bicicletas elétricas e motos elétricas).

Soluções para o plástico

Para evitar o plástico de uso único, o aplicativo passou a oferecer uma opção para que o usuário escolha receber ou não talheres de plástico e outros itens descartáveis, além de criar um selo para reconhecer restaurantes cadastrados por boas práticas ambientais. 

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