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Iberdrola: lucro líquido cai, mas resiste graças ao Brasil

Empresa energética espanhola mantém resultado positivo no ano devido ao bom desempenho da operação brasileira

A participação do Brasil nos lucros da empresa subiu 51,1% (Philippe Desmazes/AFP)

A participação do Brasil nos lucros da empresa subiu 51,1% (Philippe Desmazes/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2011 às 12h14.

Madri - O gigante energético espanhol Iberdrola anunciou nesta quinta-feira uma queda de 4% de seu lucro líquido no terceiro trimestre, mas afirmou que houve uma elevação de 3,5% nos nove primeiros meses do ano, graças ao crescimento das atividades no Brasil e das energias renováveis.

O lucro operacional bruto (EBITDA) no terceiro trimestre caiu 8,5% (1,580 bilhão de euros), as vendas tiveram alta de 2% (7.818 bilhões de euros) e o lucro líquido baixou 4%, o que representa 579,3 milhões de euros.

Na Bolsa de Madri, os títulos da empresa valorizaram 2,62% e passaram a valer 7,818 bilhões de euros até às 9h11 GMT.

Nos nove primeiros meses do ano, o lucro líquido do grupo cresceu 3,5%, 2,143 bilhões de euros, enquanto o EBTIDA teve um progresso de 0,4%, 5,586 bilhões de euros. As vendas neste período fecharam em alta de 1,7%.

Em comunicado, Iberdrola explicou o crescimento, "apesar do ambiente econômico muito complexo", pela estratégia de internacionalização, pelo bom desempenho das atividades no mercado regulamentado e pela evolução no campo das energias renováveis.

O grupo disse que as duas etapas fundamentais para o desenvolvimento da empresa desde o início do ano foram a compra, anunciada em janeiro, da companhia de energia brasileira Elektro por 2,4 bilhões de dólares e a fusão por absorção de sua filial Iberdrola Renováveis, em março.

A parte do mercado brasileiro na Ebitda nos nove meses teve um forte crescimento de 51,1%, o que representa 634 milhões de euros. "A consolidação dos resultados da Elektro contribui para este número", acrescentou Iberdrola.

As energias renováveis em alta de 7% representam 18,5% do lucro da empresa. Neste período, Iberdrola "consolidou sua posição de líder mundial" das energias renováveis ao aumentar sua produção, que já ultrapassa 13.500 MWe em todo o mundo.

A produção de energias renováveis aumentou entre janeiro e setembro 14,5%, atingindo 20.712 GWe/h.

O grupo ressaltou sua expansão nos Estados Unidos, segundo maior consumidor de energia eólica, presente em 23 estados.

O aumento no mercado regulamentado e de renováveis "compensa a tendência negativa" do mercado desregulado, em baixa de 14,6%, o que representa 18,5% no EBITDA, afetada por um declínio da atividade no Reino Unido e desinvestimentos na Guatemala.

A produção total do grupo entre janeiro e setembro caiu 5,8%, ou seja, 107.822 gigawatts/hora. Diminuiu, sobretudo, na Espanha (-10,9%) e no Reino Unido (-15,8%), enquanto o aumento nos Estados Unidos foi de 12,8% e na América Latina 3,4%.

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