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Iberdrola: Neoenergia está atenta a oportunidades

Madri - Diante das especulações de consolidação do setor elétrico brasileiro, a espanhola Iberdrola defendeu sua permanência no país e sinalizou que sua divisão local, a Neoenergia, não recebeu ofertas de compra. "A princípio nos interessa o crescimento orgânico. Não vamos (a Neoenergia) ser os detentores do processo de consolidação, mas não deixaremos passar oportunidades", […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Madri - Diante das especulações de consolidação do setor elétrico brasileiro, a espanhola Iberdrola defendeu sua permanência no país e sinalizou que sua divisão local, a Neoenergia, não recebeu ofertas de compra.

"A princípio nos interessa o crescimento orgânico. Não vamos (a Neoenergia) ser os detentores do processo de consolidação, mas não deixaremos passar oportunidades", disse nesta segunda-feira o diretor de operações da Iberdrola no Brasil Mario Ruiz, em entrevista à Reuters.

A Neoenergia, uma das grandes elétricas do país com 1.547 megawatts de geração e 8,8 milhões de clientes em sua carteira, foi uma das empresas apontadas como objetivo de compra de um eventual processo de concentração cogitado pelo governo brasileiro. A Iberdrola possui 39 por cento da holding.

Segundo a imprensa local, o processo buscaria empregar a holding CPFL-- controlada pela construtora brasileira Camargo Corrêa e o fundo de pensões Previ, também acionista da Neoenergia -- como veículo de consolidação para comprar concorrentes pelo Brasil.

"Não ocorreram contatos reais", apontou Mario Ruiz na entrevista.

Além da Iberdrola, participam da Neoenergia o fundo Previ, com 49 por cento do capital, e o BNDES, com 12 por cento.

A Neoenergia estudaria oportunidades de compra de ativos à venda ou de atividades de outros operadores que decidam abandonar o Brasil. As eventuais transações, que poderiam ser feitas com outros sócios, poderiam ficar entre 800 milhões a 3 bilhões de euros, sinalizou o executivo.

Além disso, a Iberdrola fará parte, com uma fatia de 20 por cento, de um dos consórcios que participará do leilão de concessão da usina Belo Monte, que será a terceira maior hidrelétrica do mundo, com capacidade de geração de 11.233 MWh e investimentos previstos de 19 bilhões de dólares.

A Iberdrola canaliza a maior parte de sua presença no Brasil através da holding, administrada por uma equipe independente que os três sócios dividem. Depois de investir 200 milhões de euros no Brasil em 2009, a empresa projeta destinar 1 bilhão de euros entre 2010 e 2012 a projetos de geração de energia limpa, especialmente centrais hidrelétricas, assim como redes de distribuição no país.

"O Brasil é um dos pólos de crescimento da Iberdrola na América Latina. Segundo nosso plano estratégico, investiremos 1 bilhão de euros entre 2010 e 2012", disse Ruiz.

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