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Hypermarcas reduz descontos antes de reajuste de preços

Apesar do aumento de preços, a expectativa da empresa é que sua participação de mercado fique estável neste ano


	Hypermarcas: a companhia também espera "pequeno aumento de volume" de vendas, afirmou o executivo
 (Lia Lubambo/EXAME)

Hypermarcas: a companhia também espera "pequeno aumento de volume" de vendas, afirmou o executivo (Lia Lubambo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2016 às 15h36.

São Paulo - A companhia farmacêutica e de bens de consumo Hypermarcas está buscando reduzir descontos em preços de seus produtos antes do previsto reajuste de 10 por cento a ser promovido pelo setor a partir de abril, como forma de melhorar margens impactadas pela desvalorização do real ante o dólar.

Em teleconferência com analistas nesta segunda-feira, o presidente da companhia, Claudio Bergamo, afirmou que "temos margem para reduzir alguns descontos e estamos buscando reduzir em todos os mercados para compensar eventuais efeitos que vão além do efeito do preço de tabela".

A empresa divulgou na madrugada de sábado salto no lucro do quarto trimestre de 2015, mas o resultado foi impulsionado por ganhos gerados com venda de ativos.

As ações da Hypermarcas apareciam entre as maiores perdas do Ibovespa nesta segunda-feira, recuando 1,76 por cento enquanto o índice avançava 3,19 por cento às 13h23.

Apesar do aumento de preços, a expectativa da empresa é que sua participação de mercado fique estável neste ano.

A companhia também espera "pequeno aumento de volume" de vendas, afirmou o executivo.

Ele acrescentou que está vendo o poder "muito forte" de negociação da Hypermarcas junto a fornecedores e que a companhia vai trabalhar em 2016 para reduzir custos, diante de um cenário inflacionário e da recessão no país.

Analistas do Itaú BBA consideraram o resultado do quarto trimestre da Hypermarcas fraco, com significativa deterioração de margem bruta, e reduziram a recomendação sobre a ação da companhia para "market perform", "dentro da média do mercado".

Enquanto isso, analistas do Credit Suisse consideraram o balanço "pouco inspirador" e destacaram a limitada geração de caixa e também o declínio das margens da companhia.

Bergamo comentou durante a teleconferência que a geração de caixa da divisão de fármacos, principal da companhia, é mais forte que a da área de consumo e que isso, aliado aos recursos recebidos com venda de ativos como a divisão de cosméticos, permite à empresa analisar oportunidades de retornos de capital a acionistas. Ele, porém, não deu mais detalhes.

Depois de vender a área de cosméticos para a Coty no final do ano passado, a Hypermarcas está trabalhando para tornar independentes os negócios com fraldas de modo a reduzir "qualquer tipo de aversão a risco" por parte dos investidores. Segundo o executivo, existem vários interessados na área.

Em outubro, a Reuters publicou que a Hypermarcas estava em negociações avançadas para vender sua divisão de fraldas para o grupo norte-americano Kimberly-Clark, pretendendo inicialmente levantar 1,5 bilhão de reais com a venda destas operações.

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