Negócios

Hugo Barra deixa Xiaomi para assumir projeto no Vale do Silício

Barra, que tornou-se sinônimo dos esforços de expansão internacional da Xiaomi, morava em Pequim

Hugo Barra afirmou que vai oficialmente deixar sua posição na Xiaomi depois do feriado do Ano Novo Lunar chinês (Tony Avelar/Bloomberg)

Hugo Barra afirmou que vai oficialmente deixar sua posição na Xiaomi depois do feriado do Ano Novo Lunar chinês (Tony Avelar/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 08h39.

Pequim - Hugo Barra, o mais importante executivo global da Xiaomi e responsável pela expansão internacional da fabricante chinesa de celulares, deixou a empresa citando preocupações com sua saúde e interesse em um novo projeto nos Estados Unidos.

Em um texto publicado em rede social nesta segunda-feira, Barra, vice-presidente encarregado de operações globais da Xiaomi, afirmou que está deixando a empresa depois de três anos e meio para atuar em um novo projeto no Vale do Silício.

A Xiaomi chegou a ser brevemente a empresa iniciante de tecnologia mais valiosa do mundo e tinha esperanças de ser a Apple da China.

Mas a companhia acabou passando por desaceleração nas vendas de celulares inteligentes e saiu do posto de cinco maiores companhias do setor na China em 2016, após ficar na segunda colocação em 2015.

"Os últimos anos vivendo em um ambiente tão singular tiveram um peso grande na minha vida e começaram a afetar a minha saúde", disse Barra em mensagem no Facebook. "Vendo o quanto deixei para trás nestes últimos anos, está claro para mim que a hora chegou."

Barra, que tornou-se sinônimo dos esforços de expansão internacional da Xiaomi, morava em Pequim, mas com frequência viajava para outros mercados importantes, incluindo a Índia e o Brasil.

Em carta enviada aos funcionários neste mês, o presidente-exeucutivo da Xiaomi, Lei Jun, afirmou que o "pior ficou para trás", referindo-se às recentes dificuldades da companhia em competir com um número crescente de rivais locais.

Para Barra, o caminho na Xiaomi passou por muitos obstáculos, incluindo a interrupção de produção no Brasil diante da instabilidade econômica no país e uma proibição temporária na Índia em 2014 por causa de infração de patentes.

Barra afirmou que vai oficialmente deixar sua posição na Xiaomi depois do feriado do Ano Novo Lunar chinês, que vai até 2 de fevereiro, e tirar um tempo livre antes de embarcar no novo projeto. Ele não deu detalhes sobre seus planos.

Uma porta-voz da Xiaomi confirmou à Reuters que Barra tem um novo projeto no Vale do Silício e que o vice-presidente sênior Xiang Wang vai liderar os esforços de crescimento global da companhia.

Acompanhe tudo sobre:Empresasvale-do-silicioXiaomi

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades