Banco HSBC: o HSBC, o maior banco da Europa, tem enfrentado pedidos de mudar seu domicílio e sair da capital britânica (Andrew Cowie/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2015 às 20h27.
O HSBC Holdings Plc considerará mudar sua sede para fora de Londres quando o ambiente regulatório ficar mais claro, disse o presidente Douglas Flint.
“Estamos começando a observar a forma final da regulamentação e da reforma estrutural e assim que essa garoa se dissipar o suficiente, nós começaremos novamente a ver qual é o melhor lugar para o HSBC”, disse Flint, 59, em uma reunião de acionistas em Hong Kong nesta segunda-feira depois que um investidor o instou a abandonar Londres.
O HSBC, o maior banco da Europa, tem enfrentado pedidos de mudar seu domicílio e sair da capital britânica depois que o governo aumentou a taxa cobrada aos balanços de bancos pela oitava vez neste ano.
O HSBC é o mais afetado pelo imposto e pagou 750 milhões de libras esterlinas (US$ 1,1 bilhão). Os partidos Trabalhista e Conservador prometeram um regime fiscal mais oneroso para os bancos nos seus manifestos para a eleição do Reino Unido em 7 de maio.
“Os bancos e os salários continuam sendo bucha de canhão fácil para os políticos”, disse Jonathan Tyce, analista bancário sênior da Bloomberg Intelligence em Londres. “As linhas entre os partidos Trabalhista e Conservador estão mais embaçadas do que o normal e em nenhum caso o horizonte é prometedor para os bancos e os banqueiros”.
Pressão dos acionistas
O Standard Chartered Plc, outro banco britânico que, como o HSBC, ganha a maior parte dos seus lucros na Ásia, também está sendo impelido pela Aberdeen Asset Management Plc, sua segunda maior acionista, a se relocalizar na Ásia devido ao custo de estar em Londres.
O HSBC adiou uma revisão da possibilidade de mudar sua sede para fora de Londres em 2012, dizendo que enquanto o ambiente regulatório não estivesse mais claro, era impossível se tomar uma decisão.
Entes reguladores do mundo inteiro têm pressionado os bancos para que assinalem mais capital contra potenciais prejuízos a fim de evitar uma repetição da crise financeira de 2008.
O CEO Stuart Gulliver também pediu desculpas aos acionistas na reunião pelo escândalo que submergiu sua unidade de serviços bancários privados na Suíça.
Ele foi criticado pelos legisladores britânicos depois que documentos vazados mostraram que a operação assessorava clientes sobre como sonegar impostos.
O banco, que pagou ou assinalou US$ 3,7 bilhões para multas e compensações a clientes, também é objeto de um inquérito penal na França por sonegamento de impostos.
Gulliver disse que o banco está comprometido a aumentar seu dividendo, mas Flint disse que o imposto adicional limita a quantidade de dinheiro disponível.
O banco pagou US$ 9,6 bilhões em dividendos aos acionistas no ano passado.