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HRT prevê nova perfuração no campo de Polvo no fim do ano

Segundo presidente, empresa quer aumentar a produção na Bacia de Campos e adiar o seu declínio natural

Plataforma de exploração de petróleo na Bacia de Campos, próximo da costa do Rio de Janeiro (Rich Press/Bloomberg)

Plataforma de exploração de petróleo na Bacia de Campos, próximo da costa do Rio de Janeiro (Rich Press/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 16h17.

Rio de Janeiro - A petroleira HRT planeja a perfuração de um novo poço até o fim do ano no campo de Polvo, na Bacia de Campos, onde a empresa quer aumentar a produção e adiar o declínio natural, afirmou nesta sexta-feira o presidente da companhia, Milton Franke.

A empresa já encaminhou ao Ibama documentos para o licenciamento de perfuração de novos poços na área.

Como Polvo tem mais de 30 poços de desenvolvimento perfurados, mas apenas 10 em produção, a petroleira também planeja realizar intervenções em poços antigos para avaliar possíveis aproveitamentos. Uma primeira intervenção em um poço já perfurado está prevista para o terceiro trimestre.

O campo de Polvo, adquirido já em operação, é o primeiro ativo da HRT a produzir petróleo.

Desde janeiro deste ano, a empresa realizou três carregamentos: um de 233 mil barris de petróleo, outro de 395 mil barris e um terceiro de 595 mil barris.

"O próximo carregamento da HRT está previsto para a segunda quinzena de setembro e está originalmente planejado para 550 mil barris de petróleo", disse o diretor-financeiro da empresa, Ricardo Bottas.

Os executivos participaram de teleconferência com analistas de mercado sobre os resultados na companhia no segundo trimestre.

Bottas explicou que o acordo assinado para a venda de óleo para a Glencore traz certa volatilidade de preços. O preço médio do óleo no primeiro trimestre foi de 96,2 dólares e o preço médio no segundo trimestre foi de 102,7 dólares por barril.

"Esse contrato que temos com a Glencore prevê que a cada carregamento nós temos um processo de venda spot, então nós ficamos sujeitos a essa volatilidade", afirmou.

No segundo trimestre, Polvo produziu total de 941 mil de barris de óleo, 4,4 por cento acima do trimestre anterior.

Segundo o presidente da empresa, Milton Franke, o crescimento da produção foi possível devido ao aumento da eficiência operacional, que passou de 87 por cento, no primeiro trimestre, para 99 por cento, no segundo.

Franke declarou que a empresa está tendo sucesso como produtora de petróleo em mar e reiterou que deseja reduzir a exposição da HRT em ativos exploratórios.

Enquanto busca oportunidades de aquisição de áreas já em produção, especialmente na Bacia de Campos, a HRT também procura interessados em parcerias para suas licenças de exploração, na Namíbia, África, onde quer deixar de ser operadora.

"A gente tem esperanças de ter sucesso, ainda neste ano, nesse 'farm down' na Namíbia", disse Franke. "Estamos negociando com a estatal do governo namibiano uma participação dessa estatal nesses ativos", disse Franke, destacando que também pode haver o interesse de empresas internacionais.

Ainda segundo o presidente, a petroleira negocia com autoridades da Namíbia a extensão de prazos para investimentos obrigatórios de exploração. Um dos objetivos da HRT é adiar em até três anos novas perfurações.

Já na Bacia do Solimões, na região amazônica, Franke disse que há duas alternativas sendo estudadas para o aproveitamento das reservas de gás descobertas. Uma delas é a conversão do gás em GNL, para o escoamento. A outra é geração de energia elétrica por meio da implantação de uma usina térmica.

"Nos próximos meses, HRT, Rosneft Brasil e Petrobras irão apresentar um plano de trabalho para o projeto de monetização de gás que irá estabelecer as etapas e responsabilidades", afirmou a empresa no balanço financeiro da empresa.

Franke afirmou aos analistas que o gás tem se valorizado no atual cenário brasileiro de falta de água para as hidrelétricas. Segundo ele, o ambiente é propício para interessados.

"Temos algumas empresas conversando conosco interessadas no gás", disse Franke. Entretanto, ele ponderou que não há perspectivas claras de um resultado no curto prazo.

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