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Hoteis.com planeja superar a CVC no Brasil em um ano

Empresa do grupo Expendia espera que o país esteja entre seus cinco maiores mercados em três anos

Roche, da Hotels.com: Brasil ganha destaque na estratégia do grupo (Divulgação/Expedia)

Roche, da Hotels.com: Brasil ganha destaque na estratégia do grupo (Divulgação/Expedia)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2010 às 10h51.

São Paulo - A Hoteis.com - uma das líderes mundiais em reservas online em hotéis - quer ampliar sua atuação no Brasil. Atualmente, o país é o 10º maior mercado da empresa e o objetivo é colocá-lo entre os cinco principais em três anos. Para isso, a Hoteis.com está disposta a comprar algumas brigas. Uma delas é com a CVC, maior operadora de turismo do país e adquirida no início do ano pelo fundo americano Carlyle.

“Até o final de 2011, queremos ter mais hotéis parceiros no país que a CVC”, afirmou a EXAME.com David Roche, presidente da Hotels.com e Venere.com, durante uma visita a São Paulo nesta semana. O interesse no mercado local vem da velocidade com que o país está se destacando nos negócios da companhia. Há cinco anos, por exemplo, ele amargava uma longínqua posição entre o 30º e 40º lugares, num ranking de 75 destinos atendidos pela Hoteis.com.

“Estamos crescendo mais do que esperávamos no Brasil e pensamos que essa é uma oportunidade interessante”, afirma. Além da importância dos destinos brasileiros, bastante atraentes para turistas do exterior, o país conta com um crescente mercado consumidor. A nova classe média está descobrindo os prazeres das viagens de férias, e o dólar barato tem levado mais brasileiros ao exterior.

Disputa

Roche não divulga o valor dos investimentos que serão feitos no país para que os objetivos sejam atingidos. De qualquer modo, esta pode ser uma boa disputa no mercado brasileiro de viagens. De um lado, a Hotels.com conta com a forte retaguarda do grupo americano Expedia, seu controlador. Listado na bolsa eletrônica Nasdaq, o Expedia faturou, no ano passado, 2,9 bilhões de dólares, segundo balanço da empresa.


É o maior grupo do planeta em planejamento de viagens, oferecendo serviços de agendamento de voos, reservas em hotéis e venda de pacotes completos. No mundo todo, o Expedia conta com mais de 120.000 hotéis associados.

Já a CVC agora é controlada pelo poderoso fundo americano de investimentos Carlyle, que já anunciou sua intenção de dobrar o tamanho da empresa nos próximos cinco anos - tanto em faturamento, quanto em número de clientes transportados. Dinheiro para isso não falta. Somente o Carlyle Partners V, principal fundo da empresa, administra um patrimônio de quase 14 bilhões de dólares.

Uma das parceiras da brasileira é a GJP Hotéis & Resorts, criada em 2005 por Guilherme Paulus, o fundador da CVC. A GJP conta com oito unidades hoteleiras. Já a rede de hotéis parceiros da CVC no Brasil soma 1.627 estabelecimentos, de acordo com o site da empresa.

Adaptação

A importância do mercado local para a Hoteis.com pode ser medida pela atenção dada ao país. Há, por exemplo, um site inteiramente em português - no exterior, a empresa é chamada de Hotels.com - , além de um escritório em São Paulo cuja equipe vem sendo ampliada para buscar novas parcerias com hotéis.

A Hoteis.com também tem investido na China. “Mas, se me perguntarem qual é a maior oportunidade nos próximos três anos para a Hotels.com, a resposta é Brasil, mais que China, Rússia, Índia”, afirma Roche. A empresa aposta também nas oportunidades criadas pela Copa do Mundo e Olimpíadas, mas ainda não projetos específicos para os eventos.

Uma preocupação do executivo é o preço das passagens aéreas no país. Segundo Roche, esse preço influencia a tarifa cobrada pelos hotéis: quanto mais cara é a passagem, mais o hotel é obrigado a baratear seu preço. “O Brasil não quer ser um destino caro; ele quer ser atrativo”, afirma Roche. Baratear os custos aéreos seria uma grande ajuda para a Hoteis.com, na briga que a empresa está comprando contra a CVC - uma disputa que só tende a crescer nos próximos anos.

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