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Hotel Maksoud Plaza fecha as portas e tem prédio vendido

Imóvel foi comprado por Jussara e Fernando Simões, sócios da empresa de logística JSL

Entrada do Hotel Maksoud Plaza (Stefan Krasowski/Wikimedia Commons)

Entrada do Hotel Maksoud Plaza (Stefan Krasowski/Wikimedia Commons)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 7 de dezembro de 2021 às 11h12.

Última atualização em 8 de dezembro de 2021 às 09h19.

Ícone paulistano, o Hotel Maksoud Plaza encerrou suas atividades nesta terça-feira (7). Os hóspedes que estavam no estabelecimento ficaram até ontem. Localizado na Bela Vista, o imóvel foi comprado pelos empresários Jussara e Fernando Simões, sócios da empresa de logística JSL.

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O Maksoud Plaza pediu recuperação judicial em setembro de 2020, após ter ficado meses parado por conta da pandemia do novo coronavírus. O plano de recuperação judicial foi aprovado em assembleia de credores em junho de 2021. A ação apontava dívida de 81 milhões de reais. A pandemia só agravou uma situação financeira que já era delicada.

Em nota assinada pela administradora (HM Hotéis) e a controladora (Hidroservice Engenharia), o fechamento é atribuído à "crise da covid-19" e ao "plano de reestruturação do Grupo Hidroservice". O comunicado aponta que novidades e novos empreendimentos serão anunciados "em breve", sem trazer detalhes.

Na nota, são lembrados os mais de 3 milhões de pessoas que se hospedaram em seus 416 quartos. Segundo o comunicado, clientes com reservas agendadas serão "imediatamente" reembolsados. No local também havia um centro de eventos, teatro, algumas lojas, restaurante e bares, incluindo o premiado Frank Bar.

A venda do imóvel encerra uma disputa judicial antiga. Em 2011, por causa de uma dívida trabalhista da controladora Hidroservice, o prédio do Maksoud foi a leilão judicial. Os empresários Fernando e Jussara Simões arremataram o edifício como pessoas físicas. A Hidroservice questionou a validade do leilão e iniciou-se uma briga pela propriedade.

O Maksoud, que viveu seu auge nos anos 1980 e 1990, e já hospedou personalidades como o cantor Frank Sinatra, o músico David Bowie e a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.

O hotel é o que restou de uma empresa muito maior. A documentação da recuperação judicial lembra que a Hidroservice, uma empresa de engenharia, chegou a ter 10 mil trabalhadores em seu auge. A companhia realizou projetos como os aeroportos Tom Jobim (Galeão, no Rio de Janeiro), Eduardo Gomes (Manaus), o Terminal Rodoviário Tietê (em São Paulo).

A Hidroservice acabou suspendeu parte de suas atividades nos anos 1990, e o hotel Maksoud Plaza, fundado em 1979, herdou suas dívidas trabalhistas e tributárias. O sucesso do hotel nos anos 80 levou à construção do Maksoud Plaza Manaus, em 1987, e do Maksoud Plaza Bauru cinco ano depois. Mas a crise financeira da Hidroservice acabou consumindo os recursos originalmente destinados à conclusão dos dois hotéis, que ficaram inacabados. Em 2014, o fundador do hotel, Henry Maksoud, faleceu, dando início a uma longa disputa familiar sobre o controle do hotel.

Com Agência Estado

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