Hospital Christóvão da Gama, em Santo André é um dos que atendem os funcionários da montadora (Grupo Leforte/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 18 de outubro de 2019 às 06h00.
Última atualização em 18 de outubro de 2019 às 06h00.
Os funcionários da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, grande São Paulo, passaram a ter um acompanhamento de saúde diferente. Desde o mês passado, a unidade conta com um ambulatório interno com atendimentos de um médico da família, e especialistas em ortopedia e oftalmologia. O ambulatório é uma parceria com o grupo Leforte, dono de três hospitais e seis clínicas especializadas, todos em São Paulo.
A parceria com a Volkswagen é a primeira do programa Saúde nas Empresas, desenvolvido pelo Leforte. Pelo acordo, o Leforte oferece atendimento de saúde para 27 mil vidas, entre funcionários da Volks e seus familiares, que também podem acessar o programa no hospital Christóvão da Gama, unidade do Leforte em Santo André.
A ideia do programa é atuar na medicina preventiva. “No passado, o médico sabia do seu histórico familiar, e isso se perdeu com o tempo. Resgatar o conhecimento do paciente ajuda na prevenção de doenças. E a prevenção é muito importante para reduzir os custos com a saúde hoje, uma necessidade cada vez maior das empresas”, afirma Rodrigo Lopes, presidente do Leforte.
Por enquanto, o programa está na fase de coleta de informações, para traçar um perfil da população atendida. Alguns exemplos de informações coletadas são: quanto tempo as pessoas passam sentadas durante o dia, qual o histórico familiar de doenças crônicas e quais os hábitos alimentares de cada um.
Após esses atendimentos iniciais, o Leforte terá noção das principais necessidades do público para desenhar estratégias de saúde preventiva, como programas de ginástica laboral ou palestras sobre alimentação saudável. O hospital desenvolveu também um aplicativo para que funcionários e familiares incluam seus dados no sistema.
O projeto está em linha com as principais discussões do setor. Com os preços dos planos de saúde subindo, as empresas têm buscado alternativas para cuidar da saúde de seus funcionários de uma maneira mais barata. Em 2018, a inflação médica no Brasil chegou a 17,3%, ante uma inflação geral de 3,7%. No ano passado, o hospital Sírio Libanês iniciou um programa semelhante e passou a cuidar da saúde de 20.000 funcionários do Banco Santander.
“Todo mundo sabe que um paciente que chega a um hospital custa muito caro. E essa conta está pensando para quem paga a conta, que no geral são as empresas empregadoras. Com isso, a prevenção ganha terreno”, afirma Marcelo Carnielo, da consultoria de gestão em saúde Planisa.