Negócios

Honda pode cortar empregos em SP após terremoto no Japão

Atividades da fábrica da montadora no interior está parada por falta de peças; segundo sindicato, mais de 1200 funcionários serão demitidos

Fábrica da Honda: falta de peças devido ao terremoto (Divulgação/Honda)

Fábrica da Honda: falta de peças devido ao terremoto (Divulgação/Honda)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2011 às 12h45.

São Paulo - A Honda pode cortar empregos em sua fábrica de automóveis no Estado de São Paulo devido à falta de peças provocada pelos terremotos de março no Japão, afirmou nesta quinta-feira o sindicato que representa os trabalhadores.

"A produção da Honda, instalada em Sumaré (SP), está totalmente paralisada na manhã desta quinta-feira. O motivo é o anúncio da empresa de reduzir a produção em 50 por cento e também demitir 1.270 trabalhadores diretos e indiretos, a partir de junho", afirmou o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Campinas e Região, em comunicado.

A fábrica de Sumaré emprega 3.431 funcionários. A montadora não confirmou imediatamente o número de demissões.

"A Honda Automóveis do Brasil esclarece que a empresa não tomou nenhuma decisão formal a respeito de demissões no Brasil como consequência do atraso na entrega de componentes eletrônicos provenientes de fornecedores do Japão", afirma a companhia em comunicado, acrescentando que está mantendo permanente contato com o sindicato.

Montadora e representantes sindicais estavam reunidos nesta manhã para discutir as medidas para redução da produção no país.

Segundo o sindicato, o lançamento de um novo modelo de veículos, previsto para 2011, foi prorrogado para 2012.

"Eles (Honda no Brasil) disseram que houve no Japão decisão de cortar o fornecimento de peças para todas as empresas fora do país entre 30 e 50 por cento. No caso da fábrica no Brasil, em 50 por cento, a partir de junho", disse à Reuters o presidente do sindicato, Jair dos Santos.

A entidade propõe como alternativa às demissões redução na jornada de trabalho e férias coletivas.

"Como a empresa prevê uma superação da situação já em 2012, o sindicato propõe que a empresa preserve os empregos e reduza a jornada de trabalho para 5 horas e meia por dia. Além de férias coletivas intercalando blocos de 400 trabalhadores por mês, durante os próximos sete meses", defendeu o sindicato, no comunicado.

No final de abril, a Honda divulgou que iria antecipar parada de manutenção de equipamentos na fábrica de Sumaré de julho para o final deste mês, após o terremoto japonês. Na ocasião, a montadora informou que a medida tinha sido adotada por causa de risco de falta de componentes produzidos no Japão e que equipam uma série de sistemas dos veículos, como transmissão automática e injeção eletrônica.

A fábrica de Sumaré produz os sedãs Civic e City e o monovolume Fit a um ritmo de 650 a 680 veículos por dia. Apesar do Civic ter um índice de nacionalização de peças de 70 por cento e o City e o Fit de 80 por cento, a montadora afirmou no final de abril que a antecipação da parada tinha sido decidida por haver chance de "desabastecimento de componentes a partir do mês de maio".

Também no final de abril, a Toyota avisou que iria cortar produção em sua fábrica em Indaiatuba (SP) por causa da falta de peças de fornecedores do Japão.

Acompanhe tudo sobre:Autoindústriacidades-brasileirasDemissõesDesempregoEmpresasEmpresas japonesasgestao-de-negociosHondaIndústriaMetrópoles globaisMontadorassao-paulo

Mais de Negócios

De food truck a 130 restaurantes: como dois catarinenses vão fazer R$ 40 milhões com comida mexicana

Peugeot: dinastia centenária de automóveis escolhe sucessor; saiba quem é

Imigrante polonês vai de 'quebrado' a bilionário nos EUA em 23 anos

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira