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Homem mais rico da América Latina investiu US$ 1 bi em petróleo em 2024

Carlos Slim investiu em refinarias e produção de petróleo, fortalecendo sua presença no setor de combustíveis fósseis

Carlos Slim fortalece sua presença no setor de energia com investimentos estratégicos em empresas dos EUA e do México. (Chris Hondros/Getty Images)

Carlos Slim fortalece sua presença no setor de energia com investimentos estratégicos em empresas dos EUA e do México. (Chris Hondros/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 12h30.

Última atualização em 2 de janeiro de 2025 às 12h39.

Carlos Slim, o homem mais rico da América Latina, destinouUS$ 1 bilhão (R$ 6,17 bilhões) em 2024 para expandir seus investimentos no setor de petróleo. O magnata, conhecido por sua fortuna construída com o gigante de telecomunicações América Móvil SAB, diversificou sua atuação nos últimos anos para incluir energia, imóveis na Espanha e uma participação na BT Group Plc, do Reino Unido. As informações são da Bloomberg.

Aumentando participação em empresas de energia

Por meio de seu escritório de investimentos Control Empresarial de Capitales, Slim investiu US$ 602 milhões (R$ 3,75 bilhões) na refinaria americana PBF Energy, aumentando sua participação para 25%. Ele também adquiriu US$ 326 milhões (R$ 2,1 bilhões) em ações da produtora de petróleo Talos Energy, sediada em Houston, alcançando uma fatia de 24,2%.

A participação crescente de Slim na Talos levou o conselho da empresa a adotar, em outubro, uma cláusula de proteção conhecida como "poison pill", que impede o magnata de adquirir mais de 25% das ações. Além disso,Slim ampliou sua participação em uma joint venture no México com a Talos de 49,9% para 80%, investindo US$ 82,7 milhões (R$ 514 milhões).

Impacto financeiro e desafios

Apesar do movimento estratégico no setor de energia, a fortuna de Slim sofreu uma redução em 2024. Depois de ultrapassar US$ 100 bilhões (R$ 617 bilhões) pela primeira vez, seu patrimônio caiu 22%, chegando a US$ 81,8 bilhões (R$ 509 bilhões), de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. A desvalorização do peso mexicano e quedas significativas nos principais ativos do bilionário, como a holding Grupo Carso SAB, que perdeu 40% de seu valor, contribuíram para esse declínio.

Mesmo com o desempenho negativo das ações da Talos, que caíram 35%, e da PBF, que despencaram 42% neste ano, Slim manteve suas aquisições durante momentos de baixa no mercado.

Expansão estratégica no México

Slim reforçou sua aposta no setor energético mexicano ao aumentar sua participação na joint venture da Talos, garantindo maior controle sobre os ganhos esperados do campo de petróleo Zama, considerado uma das maiores descobertas do México nas últimas décadas.

Além disso, em julho,ele anunciou um investimento de US$ 1,2 bilhão (R$ 7,5 bilhões) para desenvolver o campo de gás offshore Lakach em parceria com a estatal Petroleos Mexicanos (Pemex). A operação será realizada por meio do Grupo Carso, com o apoio da Talos e da espanhola Fomento de Construcciones y Contratas SA (FCC), na qual Slim detém mais de 80% de participação.

Enfoque no futuro do petróleo

Os investimentos em petróleo e gás refletem a visão de Slim de que a demanda por combustíveis fósseis continuará forte, apesar da transição energética global. Em fevereiro, ele destacou planos para ampliar seu conhecimento em refino e petroquímica, além de buscar parcerias com empresas experientes na região do Golfo do México.

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