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Holcim e Lafarge fecham fusão para criar gigante do cimento

Acordo cria a maior fabricante de cimento do mundo, com vendas combinadas de 44 bilhões de dólares


	Fábrica da Holcim: parceiras fecharam o acordo como uma fusão de iguais, em que os acionistas da Lafarge receberão uma ação da Holcim para cada papel da Lafarge que possuírem
 (Divulgação Holcim)

Fábrica da Holcim: parceiras fecharam o acordo como uma fusão de iguais, em que os acionistas da Lafarge receberão uma ação da Holcim para cada papel da Lafarge que possuírem (Divulgação Holcim)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 08h28.

Paris/Zurique - A suíça Holcim divulgou nesta segunda-feira um acordo envolvendo apenas ações para comprar a francesa Lafarge, criando a maior fabricante de cimento do mundo, com vendas combinadas de 44 bilhões de dólares.

As parceiras fecharam o acordo como uma fusão de iguais, em que os acionistas da Lafarge receberão uma ação da Holcim para cada papel da Lafarge que possuírem, com o grupo resultante da operação sediado na Suíça e listado em Zurique e Paris.

Às 07h42 (horário de Brasília), as ações da Holcim subiam 1,12 por cento, enquanto as ações da Lafarge avançavam 1,78 por cento.

A nova companhia terá o controle acionário dividido com uma fatia de 53 por cento para a Holcim e 47 por cento para a Lafarge, disseram as empresas em uma apresentação virtual conjunta, na sequência do anúncio na sexta-feira de que mantinham negociações, com um acordo sendo fechado durante o fim de semana.

O negócio será a maior associação já feita na indústria, e irá ajudar as companhias a reduzir custos, diminuir a dívida e melhor lidar com o aumento dos preços da energia, com uma demanda mais fraca e com forte concorrência, fatores que vêm afetando o setor desde a crise econômica de 2008.

O grupo resultante da fusão estará presente em 90 países, com os mercados emergentes como a América Latina e África representando por 60 por cento das vendas, mas com nenhum país, individualmente, respondendo por mais de 10 por cento.

"O novo grupo vai oferecer maior crescimento e baixo risco, criando, portanto, mais valor", disse o presidente-executivo da Lafarge, Bruno Lafont, que irá se tornar CEO da LafargeHolcim.

As empresas acrescentaram que esperam, com a fusão, uma economia anual de 1,4 bilhão de euros após três anos, graças a economias de escala, maior eficiência operacional e redução de custos de financiamento.


No entanto, o negócio deve atrair escrutínio de reguladores antitruste, com analistas do UBS apontando potenciais questões em mercados chave, incluindo Brasil, Canadá , Equador, França, Reino Unido, Estados Unidos, Marrocos e Filipinas.

"Dado o número de possíveis problemas e soluções necessárias, esperamos um longo processo de aprovação, possivelmente levando até dois anos", escreveram analistas do UBS.

A fusão dos dois grupos criará a terceira maior produtora de cimento do Brasil em um momento em que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica se posiciona para impor medidas punitivas, que incluem multas bilionárias e venda de ativos, contra o que considera como prática de cartel pelo setor no país.

Segundo dados mais recentes do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), de 2011, a Lafarge ocupava a quinta posição entre os maiores produtores do país, atrás de Votorantim, João Santos, InterCement e Cimpor. Já a Holcim aparecia na sexta posição no ranking.

Somados, os dois grupos ficariam com produção de cerca de 10 milhões de toneladas, atrás apenas da Votorantim, com 23,38 milhões de toneladas em 2011, no ranking do Snic, e da InterCement, do grupo Camargo Corrêa, com produção de 12 milhões de toneladas no Brasil quando incluída a adquirida Cimpor.

Desinvestimentos

Lafarge e Holcim confirmaram que irão vender negócios avaliados em 10 a 15 por cento do lucro do grupo antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) para satisfazer as preocupações antitruste, avaliados em quase 5 bilhões de euros.

Dois terços das vendas de ativos serão na Europa, disse Lafont em uma teleconferência. As empresas também têm sobreposição de operações de negócios no Canadá, Brasil, Índia e China, afirmou Lafont. Ele não quis dar mais detalhes sobre quais países seriam mais afetados pelas vendas de ativos.

A transação tem o apoio dos principais acionistas das companhias e deverá ser concluída no primeiro semestre de 2015, disseram as empresas.

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