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A tecnologia brasileira que conquistou a Itália — e agora cresce em dobro

A D4Sign, agora parte do grupo italiano Zucchetti, inicia um novo ciclo de expansão e mira faturamento na casa dos R$ 80 milhões

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 17 de agosto de 2025 às 11h00.

Última atualização em 18 de agosto de 2025 às 09h16.

A D4Sign, plataforma brasileira de assinatura eletrônica, iniciou um novo capítulo em sua história após a aquisição pela gigante italiana Zucchetti.

Com 10 anos de mercado, a empresa agora mira mercados internacionais e espera quase dobrar o faturamento de um ano para o outro.

O momento não poderia ser mais propício para a expansão da D4Sign. Um estudo global da Deloitte, realizado para a americana DocuSign (hoje líder mundial no setor de assinaturas eletrônicas), revelou que 77% das empresas consideram essenciais as ferramentas de gestão de contratos, como as oferecidas pela D4Sign.

As principais empresas de pesquisa indicam que o setor global foi avaliado entre US$ 5,24 bilhões e US$ 9,94 bilhões em 2024.

Como tudo começou?

A D4Sign nasceu em 2015 com a missão de resolver um problema comum a muitas empresas: a burocracia gerada pela papelada nos escritórios.

Criada pelos amigos de infância Rafael Figueiredo, Rodrigo Figueiredo e Nahim Francis, a startup começou a desenvolver uma plataforma de assinatura eletrônica para ajudar empresas a digitalizar e armazenar seus documentos de forma segura.

Rafael, que tem formação em Ciência da Computação e Direito, uniu suas expertises com as do irmão, Rodrigo, especializado em vendas, e Nahim, que trabalhava como diretor de tecnologia em uma empresa de turismo.

No início, o grande desafio foi convencer as empresas de que os documentos eletrônicos poderiam ter a mesma validade jurídica que os físicos.

Mas, com o tempo (e muita conversa), o modelo de negócios baseado em planos de assinatura mensal atraiu uma base crescente de clientes.

A empresa vem crescendo de forma sólida ano a ano. Em 2020, tinha faturamento de R$ 15 milhões. Ao mesmo tempo, sempre esteve num mercado competitivo: além da DocuSign, as empresas americanas Adobe e Dropbox também têm as próprias ferramentas. Existem outras no Brasil, como ClickSign e SuperSign.

Segundo Rafael Figueiredo, atual CEO, o grande diferencial sempre foi a segurança nas autenticações, um ponto fundamental para garantir a validade jurídica dos documentos assinados.

A empresa estima que já foi utilizada por mais de 500 mil empresas no Brasil, com mais de 400 milhões de páginas processadas. Em 2024, a D4Sign obteve um faturamento de R$ 45 milhões.

No mesmo ano, a empresa passou a fazer parte do grupo Zucchetti, um dos maiores grupos de software da Itália.

"O grupo trouxe um novo olhar estratégico para nossa operação, além de recursos e experiência que vão nos permitir expandir de forma ainda mais assertiva", afirma Figueiredo.

Expansão para a Europa

A D4Sign agora se prepara para expandir para países como Itália, Alemanha e Suíça, com a introdução de novos idiomas na plataforma. Mas o grande destaque dessa expansão está no novo recurso de segurança: o Trust ID.

Este sistema de verificação de identidade foi desenvolvido para atender aos padrões europeus e usa tecnologia de ponta para validar documentos com fotos e selfies, garantindo a autenticidade e a conformidade com as normas internacionais.

O Trust ID será disponibilizado também para os clientes brasileiros.

Com as novas ferramentas e a chegada em outros países, a D4Sign prevê um aumento significativo na base de clientes e no faturamento.

A empresa projeta um crescimento de até 104% no número de clientes e uma expansão de 78% em relação ao faturamento de 2024, ou seja, aproximadamente R$ 80 milhões.

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