Negócios

Heineken altera contrato de distribuição com Coca-Cola e pode mudar mercado

Acordo do Sistema Coca-Cola e Grupo Heineken prevê gama mais ampla de opções para o consumidor brasileiro

Heineken (Karin Salomão/Exame)

Heineken (Karin Salomão/Exame)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 10h10.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2021 às 11h01.

A The Coca-Cola Company, Sistema Coca-Cola Brasil e Grupo Heineken chegaram a um acordo para redesenhar sua parceria de distribuição no Brasil.

É hora de seguir investindo em ações de varejo? Monte a melhor estratégia com os especialistas da EXAME Research 

Segundo o contrato, que deve entrar em vigor a partir da metade de 2021, as partes iniciarão uma suave transição das marcas Heineken e Amstel para a rede de distribuição do Grupo HEINEKEN no Brasil. O Sistema Coca-Cola continuará a oferecer Kaiser, Bavaria e Sol, e complementará este portfólio com a marca premium Eisenbahn e outras marcas internacionais.

Ainda como parte do redesenho da parceria de distribuição, e de acordo com certos termos acordados mutuamente, o Sistema Coca-Cola Brasil poderá vender e distribuir outras cervejas e bebidas alcoólicas, até uma certa proporção do portfólio do Grupo Heineken, assim como o Grupo Heineken terá a possibilidade de explorar outras oportunidades no segmento não alcóolico.

Isso permitirá que as partes atendam consumidores e clientes do mercado brasileiro com um portfólio sólido e uma gama mais ampla de opções. "Estou muito satisfeito em redesenhar nossa parceria de distribuição com o Sistema Coca-Cola no Brasil. Por meio de uma rota dupla para o mercado, seremos capazes de alcançar e atender melhor nossos consumidores e clientes com nosso amplo portfólio, alavancando dois sistemas de distribuição fortes", diz Mauricio Giamellaro, presidente do Grupo Heineken no Brasil.

Para Ricardo Mello, presidente da Associação dos Engarrafadores de Coca-Cola no Brasil, a mudança é bastante positiva. "Este novo acordo é uma notícia positiva não apenas para as partes envolvidas, mas também para nossos clientes e consumidores brasileiros".

Mercado

Com o redesenho é possível explorar novas oportunidades de mercado. "Para ambas empresas é uma solução extremamente apropriada e permite liberdade para as partes desenvolver a sua rede de distribuição e seu portfólio de produto. É um contrato bem elaborado, que irá agregar bastante para todo o mercado de bebidas frias", afirma Paulo Petroni, presidente da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja.

A capacidade de distribuição da Heineken foi até o momento um desafio para crescer no país, enquanto a concorrente Ambev entrega um imenso portfólio em todas as regiões, "veste bares" e conseguem parcerias exclusivas. Além disso, segundo uma pesquisa do Credit Suisse, a Heineken é a cerveja preferida dos brasileiros, mas perde em consumo para marcas como Skol. 

Procurada por EXAME, o Grupo Heineken afirmou por meio de nota que "A divisão de portfólios entre os dois modelos de distribuição permite que seja dado o foco necessário a cada uma das marcas, garantindo excelência na venda, distribuição e execução no mercado".

O acordo terá um prazo inicial até 31 de dezembro de 2026, com possibilidade de renovação automática pelo período subsequente de cinco anos, observadas certas condições. O contrato está sujeito às aprovações regulatórias cabíveis e, como parte da negociação, as empresas concordaram em encerrar todos os litígios entre elas relativos a acordos de distribuição anteriores.

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

 

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

 

Acompanhe tudo sobre:CervejasCoca-ColaHeinekenLogística

Mais de Negócios

De food truck a 130 restaurantes: como dois catarinenses vão fazer R$ 40 milhões com comida mexicana

Peugeot: dinastia centenária de automóveis escolhe sucessor; saiba quem é

Imigrante polonês vai de 'quebrado' a bilionário nos EUA em 23 anos

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira