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Heineken abandona garrafas plásticas acima de 1L para água e refrigerante

Decisão vale para as marcas Itubaína, FYs, Skinka, Viva Schin e Água Schin. Produtos saem de circulação até o final do ano.

Schin muda de nome (Heineken/Divulgação)

Schin muda de nome (Heineken/Divulgação)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 14 de outubro de 2021 às 18h09.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h13.

Às vésperas da COP26, a Heineken anunciou uma mudança estratégica que vai acabar com toda uma linha de produtos. A empresa está abandonando as garrafas plásticas acima de 1 litro, usadas em suas bebidas não alcoólicas, como refrigerantes, sucos e águas. Até o final do ano, nenhum produto será comercializado nesse tipo de embalagem.

A decisão vale para as marcas Itubaína, FYs, Skinka, Viva Schin e Água Schin. Até o final do ano, nenhum produto chegará ao mercado com a embalagem PET de um ou dois litros. Os estoques devem durar até o início de 2022. A mudança é parte do compromisso firmado pela companhia de reduzir em 80% o volume de embalagens PET, que representam cerca de um quarto do total de plástico.

“O motivo é ambiental”, afirma Ornella Vilardo, gerente de sustentabilidade do Grupo Heineken. Recentemente, a empresa anunciou a meta de neutralizar as emissões de carbono em toda a sua cadeia de valor até 2040. “O custo de manter esse tipo de produto não compensa, mesmo que ainda exista demanda”, diz Vilardo.

As vendas de refrigerantes de dois litros cresceram 3% no segundo semestre de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019. As bebidas em lata, por sua vez, tiveram um salto de 27%.

O movimento também está relacionado com um novo posicionamento no mercado de refrigerantes. A preocupação com a saúde vem derrubando a participação desse tipo de bebida no mercado – de 2018 a 2020, ela passou de 51% do total de bebidas não alcoólicas comercializadas para 47%. Até 2026, a tendência é de que o mercado caia 14%.

“É uma categoria que precisa se reinventar”, afirma Bruno Piccirello, gerente de marketing para Bebidas Não Alcoólicas. “Os consumidores não abandonaram os refrigerantes, mas estão bebendo menos.”

Pressão sobre a Ambev

No campo da cerveja, os próximos três anos devem ser de alta competição no mercado brasileiro de cervejas, com riscos de a Ambev perder participação, de acordo com um relatório recente do Bank Of America.

A cervejaria hoje tem 60% do mercado, mas o Grupo Petrópolis - que produz cervejas como a Itaipava - e a Heineken devem ter um crescimento de 30% até 2022.

Esse crescimento deve reduzir o tamanho da Ambev no mercado porque o banco visualiza um aumento leve na demanda no país, abaixo desse ritmo.

Ou seja, o tamanho do bolo continua o mesmo, mas Petropólis e Heineken vão ficar com uma fatia maior. Isso significa maior competição e, possivelmente, menor lucratividade para todos os participantes.

A Ambev chegou a ter um presença caindo a 56% do mercado em 2018, mas conseguiu voltar aos 60% depois de lançar produtos novos e diferenciados como a Brahma Duplo Malte, de acordo com o relatório. Em 2005, a cervejaria dominava 69% do mercado nacional.

O Bank Of America destaca investimentos do Grupo Petrópolis e do Grupo Heineken como sinais da expansão da cervejaria.

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