Otoniel Reis, sócio e presidente da Happy: “Estamos crescendo rápido porque entregamos algo que as escolas tradicionais não ensinam: competências para a vida”
Repórter
Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 07h11.
O ensino tradicional foca em notas e conteúdos técnicos, mas muitas vezes deixa de lado aprendizados essenciais para a vida e o mercado de trabalho. Essa lacuna no sistema educacional foi o que impulsionou o crescimento da Happy, rede de escolas especializada em programação, educação financeira, inglês e letramento digital para crianças e jovens.
Fundada em 2015, a empresa de Maringá, no Paraná, passou por altos e baixos, quase fechou na pandemia e precisou reformular seu modelo de negócios para sobreviver.
Em 2023, a Happy faturou R$ 5,3 milhões, um crescimento de 93,19% em relação ao ano anterior. O desempenho garantiu à empresa o 46º lugar no ranking EXAME Negócios em Expansão 2024, na categoria de 5 a 30 milhões de reais.
Agora, com um modelo escalável e expansão internacional, a Happy projeta R$ 80 milhões em faturamento em 2025, dobrando o número de alunos e consolidando sua presença fora do Brasil.
“Estamos crescendo rápido porque entregamos algo que as escolas tradicionais não ensinam: competências para a vida”, afirma Otoniel Reis, sócio e presidente da Happy.
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A Happy nasceu como Happy Code, fundada por Rodrigo Santos depois de uma viagem aos Estados Unidos. Lá, ele conheceu escolas que ensinavam programação para crianças e percebeu que esse modelo ainda não existia no Brasil. Em 2016, a empresa começou a operar com franquias e cresceu rapidamente.
Otoniel Reis entrou para o negócio em 2019, trazendo uma visão mais operacional. Com uma trajetória que passou por engenharia, petróleo e tecnologia, ele viu na Happy uma oportunidade de escalar a educação no país. Mas, em 2020, com a pandemia e o fechamento das escolas, o negócio quase desapareceu.
“Quebramos. Perdemos praticamente toda a operação e tivemos que recomeçar do zero”, conta Otoniel. A solução foi uma reinvenção total do modelo de negócios, ampliando o portfólio de cursos e criando um formato híbrido, que unia franquias e parcerias com escolas.
A reformulação fez a Happy expandir suas áreas de atuação. Além de programação e letramento digital, a escola passou a oferecer cursos de educação financeira, inglês e comunicação. Em 2024, lançou também um curso de letramento musical, apostando no desenvolvimento criativo dos alunos.
Ao perceber que poderia escalar ainda mais, a empresa estruturou um modelo B2B e começou a fechar parcerias com escolas privadas e redes de ensino público. Com isso, seus cursos passaram a ser incluídos na grade curricular de diversas instituições de ensino.
“É como a aula de informática da nossa época, mas agora com conteúdos que realmente fazem diferença na formação dos alunos”, explica o CEO.
A Happy cresceu rapidamente após a pandemia. Ela foi de 8 mil alunos em 2022 para 15 mil no ano seguinte. O ano de 2024 já começou com 25 mil alunos e a projeção é acabar o ano atual com 100 mil alunos, impulsionado pelo modelo B2B.
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A rápida expansão chamou a atenção do mercado internacional. A Happy já opera na Espanha, Portugal, França e Angola e, nos próximos meses, iniciará atividades nos Países Baixos. Diferente das franquias tradicionais, a empresa trabalha com parceiros locais que operam como sócios, responsáveis pela adaptação dos conteúdos para cada país.
O interesse internacional surgiu de forma natural. Empresários estrangeiros começaram a procurar a Happy para levar seu modelo de ensino a novos mercados. Em Angola, por exemplo, um parceiro que já atuava com impacto social viu na startup uma forma de levar um modelo de educação mais acessível ao país.
No Brasil, a Happy também investe em impacto social. Em 2023, um projeto em Governador Valadares levou ensino de inglês para 10 mil alunos da rede pública.
Para 2025, a Happy aposta em um crescimento ainda mais acelerado, impulsionado por novos mercados e parcerias estratégicas. A empresa pretende alcançar mais de 300 instituições até o fim do ano.
A meta é também aumentar o número de franquias, que deve passar de 80 para 100 unidades nos próximos meses. “Nosso propósito é formar alunos que tenham não só conhecimento técnico, mas habilidades para a vida”, conclui Otoniel.
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O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual. O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses. Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023. A análise considerou os negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais.
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