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Há espaço para reduzir juro ao consumidor, diz presidente do Santander

Para Sérgio Rial, os agentes econômicos não estão preocupados com a citação de Jair Bolsonaro no caso Marielle Franco; estão de olho em dados e reformas

Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil: banco espera crescer nos financiamentos de agronegócios e de veículos (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil: banco espera crescer nos financiamentos de agronegócios e de veículos (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Natália Flach

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 16h26.

Última atualização em 30 de outubro de 2019 às 17h29.

São Paulo - A turbulência política que assola o Brasil não tirou o otimismo do presidente do Santander, Sérgio Rial. Para o executivo, a citação do presidente Jair Bolsonaro no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco não está no radar dos agentes econômicos, que estão mais atentos a dados. "O Brasil está em momento de inflexão (de crescimento). O Congresso tem um protagonismo de reformas, e os três poderes estão trabalhando de forma coerente. Estamos no caminho certo de redução de assimetrias", diz Rial, em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (30).

Para ele, 2020 já começa com aumento do produto interno bruto (PIB). "Estamos vendo cadeias sendo reconstruídas como a de petróleo. Falamos em leilões, mas não falamos nas pequenas e médias empresas que fazem parte desse segmento. A construção civil também está retomando os grandes lançamentos. E vemos investimentos em infraestrutura, com o marco do saneamento. É claro que ainda existe muita ociosidade no Brasil, mas vamos ver menos ociosidade", acredita. 

Nesse sentido, o executivo espera que com o crescimento da economia - e da concorrência - as taxas de juros ao consumidor continuem caindo, em linha com a Selic que vem recuando ponto a ponto nas últimas reuniões promovidas pelo Comitê de Políticas Monetárias (Copom). Nesta quarta-feira, a autoridade monetária deve anunciar mais um corte, possivelmente de 0,5 ponto percentual, levando a principal taxa de juros do país para 5% ao ano.

"O spread (diferença entre a taxa que o banco paga para tomar dinheiro e a taxa de financiamento oferecida aos clientes) vai continuar caindo, e isso vai fazer com que o financiamento caiba no orçamento familiar do brasileiro", afirma. "As linhas de financiamento imobiliário, por exemplo, estão em patamares (de juros) nunca antes vistos. Isso é oportunidade."

De fato, em julho, a instituição reduziu os juros do crédito imobiliário de 8,99% ao ano para 7,99% (mais TR) para financiamentos de até 35 anos. Já nos casos de pró-cotistas, o valor ficou ainda menor, em 7,59% ao ano. Outros bancos, como a Caixa Econômica Federal, também têm reduzido essas taxas.

O Santander espera crescer em frentes como crédito ao agronegócio - segmento dominado pelo Banco do Brasil - e financiamento de veículos. "Também esperamos crescer nas áreas de cartões como emissores principalmente e na área de investimentos. O brasileiro vai ter de diversificar os ativos, e estamos nos posicionando com oferta mais integrada", acrescenta.

Para Rial, não é impensável ter 10 milhões de investidores no Brasil. "Não é algo para 2020, mas praticamente dobramos a base de investidores na bolsa nos últimos dois anos. Pode ser que cheguemos a esse número daqui a seis ou sete anos. Essa é a democratização do capitalismo, que é fundamental para a estrutura do país."

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