ThyssenKrupp: grupo alemão poderá acabar optando por manter a deficitária unidade Steel Americas, após tentar por mais de um ano encontrar um comprador para os negócios formado pela CSA (Patrik Stollarz/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 16h16.
Duesseldorf - Há uma chance de o grupo alemão ThyssenKrupp acabar optando por manter a deficitária unidade Steel Americas, após tentar por mais de um ano encontrar um comprador para os negócios formados pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Brasil, e por uma usina de laminação nos Estados Unidos.
"O plano B é manter as usinas", disse uma fonte próxima do assunto à Reuters, depois de uma reunião do conselho de supervisão do grupo alemão realizada nesta terça-feira.
A manutenção das usinas é apenas uma entre várias opções, disse a fonte.
Uma segunda fonte afirmou que dificilmente há qualquer esperança de que um acordo poderá ser alcançado para vender os ativos nas Américas.
A ThyssenKrupp quer vender a Steel Americas porque a divisão está comprometendo as saúde financeira do grupo e atrasando uma planejada mudança de foco da siderurgia para produtos e serviços com margens de lucro maiores --como elevadores, submarinos e componentes para montagem de fábricas.
"Não dá para negociar para sempre se o outro lado apenas quer reduzir o preço", disse uma das fontes, acrescentando que a ThyssenKrupp pode cortar a produção das usinas para reduzir os custos.
Anteriormente, fontes afirmaram à Reuters que a ThyssenKrupp mantinha negociações com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) sobre a Steel Americas.
Na semana passada, uma fonte que acompanha diretamente as negociações afirmou que a CSN estava esperando por um acerto de contas entre o grupo alemão e a Vale, sócia da CSA, para prosseguir com o plano de comprar a Steel Americas.
Um jornal alemão publicou mais cedo que a ThyssenKrupp estava pronta para desistir da venda da Steel Americas para lançar uma operação de aumento de capital. A companhia negou a informação, dizendo que as negociações para a venda dos ativos continuam.
Mas a pressão tem crescido para que o presidente-executivo da ThyssenKrupp, Heirinch Hiesinger, encontre uma solução rapidamente, já que a companhia está sob risco de violar compromissos de endividamento quando o seu ano fiscal se encerrar no fim deste mês.
No término de junho, o índice que mede a relação entre dívida e patrimônio da empresa alemã saltou para 185,7 por cento, de 148,2 por cento três meses antes.
Se o índice continuar acima de 150 por cento no encerramento do ano fiscal da ThyssenKrupp, os bancos poderão cancelar uma linha de crédito de 2,5 bilhões de euros (3,3 bilhões de dólares) diante da quebra dos compromissos de endividamento, conhecidos como "covenants".