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Guararapes se prepara para o Novo Mercado da B3 e marketplace da Riachuelo

Grupo prevê maior presença digital nas vendas de roupas, itens de lifestyle e oferecendo conta bancária para os clientes

Riachuelo deve ter marketplace neste ano (Marcelo Beltrão/Exame)

Riachuelo deve ter marketplace neste ano (Marcelo Beltrão/Exame)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 17 de julho de 2020 às 15h25.

Última atualização em 17 de julho de 2020 às 18h33.

O empresário Flávio Rocha, presidente do conselho de administração do Grupo Guararapes, detentor da Riachuelo, afirmou que lançar um marketplace é prioridade para este ano, com marcas de outros setores relacionados a estilo de vida, como fitness, gastronomia, turismo, cultura. “Nesse novo mundo, no modelo que estou falando, o player da moda não terá 2% de market share. Poderá ter mais de 30% de market share”, disse o empresário ao Neofeed.

Com 320 lojas físicas da Riachuelo, e parte delas fechada por causa da pandemia do novo coronavírus, essa é uma oportunidade de ampliar a presença digital da marca. Nos últimos meses, os cerca de 40.000 vendedores da marca passaram a trabalhar com suas redes de contato pessoais, por ferramentas como WhatsApp. A iniciativa fez com que um terço das vendas do canal digital acontecesse dessa forma. “Agora em agosto, todas as lojas se tornam minicentros de distribuição para atender sua área primária por meio do canal digital. Vamos sair dessa pandemia provavelmente como a líder de venda online de vestuário”, disse Rocha.

A ampliação das vendas em multicanais está baseada no uso dos dados da financeira Midway, que, segundo o executivo, consegue analisar o comportamento de cerca de 32 milhões de consumidores. Na terça-feira, 14, o grupo desistiu de tornar a financeira um banco por causa da aceleração na transformação do modelo de negócios. Ainda assim, há a possibilidade de oferecer contas digitais, independentemente do Banco Central.

O Grupo Guararapes se prepara agora para entrar no Novo Mercado da B3. Para a listagem no segmento, a empresa precisa atender a uma série de padrões de governança e de boas práticas do mercado. Com a medida, o empresário Flávio Rocha espera atrair o interesse de mais investidores, o que poderia aumentar o preço de suas ações e, consequentemente, o valor de mercado da companhia.

Mas, para isso, a companhia terá de fazer algumas mudanças. O primeiro passo para essa realização começou ainda em novembro de 2018, quando a empresa aprovou a conversão de suas ações preferenciais — sem direito a voto — em ordinárias, com direito a voto. Logo após o anúncio, os papéis preferenciais da companhia chegaram a subir mais de 10%, valorizando 14,8% até finalmente se tornarem ordinários, em fevereiro de 2019.

Agora, o novo desafio será aumentar a quantidade de ações em circulação (free-float) ao mínimo exigido pelo Novo Mercado, que é de 25%. Atualmente, somente 17,25% das ações estão em livre circulação, enquanto o controlado pela família Rocha, divido entre Flávio Gurgel Rocha, Elvio Gurgel Rocha e Lisiane Gurgel Rocha. Para a Guararapes entrar no Novo Mercado, alguém terá de abrir mão de uma parte da empresa.

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