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Lucro de grupos estatais sobe quase 20% no primeiro semestre

Os números se referem a cinco grupos que representam mais de 95% dos ativos totais e do patrimônio líquido de Petrobras, Eletrobras, Caixa, BB e BNDES

Petrobras: entre os grupos analisados, o maior crescimento foi do grupo Petrobras (Mario Tama/Getty Images)

Petrobras: entre os grupos analisados, o maior crescimento foi do grupo Petrobras (Mario Tama/Getty Images)

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Agência Brasil

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 14h57.

Última atualização em 4 de outubro de 2017 às 16h21.

Conglomerados estatais federais tiveram aumento de 19,6% no lucro registrado no primeiro semestre deste ano - de R$ 17,3 bilhões - em comparação com o primeiro semestre do ano passado, quando o lucro foi de R$ 14,5 bilhões.

Os números se referem a cinco grupos que representam mais de 95% dos ativos totais e do patrimônio líquido de Petrobras, Eletrobras, Caixa, Banco do Brasil e Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Os dados fazem parte da terceira edição do Boletim das Empresas Estatais, divulgada hoje (4) pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Para o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, Fernando Antonio Soares, o resultado é fruto do conjunto de ações que o governo vem implantando. "Cada empresa tem uma identidade, mas a lógica de reestruturá-las, no sentido de redução de custos e ampliação de receitas, a busca por negócios que venham a dar mais resultados, isso tem sido uma prática [comum]", disse.

Entre as práticas, o secretário cita programas de desligamento voluntário (PDVs) ocorridos em pelo menos 15 empresas estatais. "Os PDVs estão sendo extremamente bem sucedidos. Na hora, posso ter uma despesa inicial, mas em sete ou oito meses já passou o PDV e, depois, isso se transforma em economia para a empresa".

De acordo com o boletim, entre os grupos analisados, o maior crescimento foi do grupo Petrobras, que saiu do lucro de R$ 518 milhões, no primeiro semestre de 2016, para R$ 5,1 bilhões, no mesmo período de 2017. Já a Eletrobras teve uma queda de de 80,6% no mesmo período.

Segundo o secretário, a queda se deve à entrada de receita não recorrente na empresa, contabilizada ano passado, com o pagamento de idenização estabelecida pela Medida Provisória 579, que fez aumentar muito os lucros. Soares disse acreditar que a empresa estará melhor no final do ano. O governo pretende concluir a privatização da Eletrobras ainda no primeiro semestre de 2018.

No total, segundo o boletim, há 150 empresas estatais federais, sendo 48 controladas diretamente pela União. Em relação ao último boletim, apenas uma estatal foi reduzida, a Nova Transportadora do Sudeste S.A., do grupo Petrobras, que teve o desinvestimento de 90%, operação que gerou US$ 4,23 bilhões. "Dou certeza de que esse número irá reduzir [nos próximos boletins]", diz Soares.

O orçamento dedicado às estatais vem caindo desde 2016. Em 2015, foi de R$ 1,554 trilhão, sendo que R$ 645,7 bilhões foram executados.

Para 2017, o orçamento aprovado foi de aproximadamente R$ 1,228 trilhão. Até o primeiro semestre, R$ 585,2 bilhões foram executados, o que corresponde a 46% do total. O grupo Petrobras apresentou maior nível de execução até o momento, com 28,1%, seguido pelo grupo Eletrobras, com 14,2%.

O endividamento das estatais também apresentou queda. De acordo com os dados divulgados, houve redução de 21,3% do total de endividamento das empresas estatais federais de 2015 ao 2º trimestre de 2017. A dívida dessas empresas atingiu um pico de R$ 544 bilhões em 2015. Atualmente, está em R$ 428 bilhões.

Em relação aos empregados, no primeiro semestre de 2017, seguindo tendência observada em 2016, houve diminuição do quadro de pessoal efetivo das empresas estatais federais de 16.701 empregados. Somente a Caixa Econômica Federal o quadro de empregados foi reduzido a 4.777.

Em relação a dezembro de 2015, a redução do total do quadro de pessoal foi superior a 33 mil empregados, ou seja, uma redução de mais de 6% do quadro total. Segundo a publicação, a redução decorreu, principalmente, de PDVs.

Dos reajustes salariais feitos este ano, apenas um apresentou ganho real, devido a decisão judicial, os demais seis ou apenas repuseram a inflação ou ficaram abaixo dela. "Como tudo no governo, estamos fazendo um esforço de contenção de despesas, que tem que se refletir também em questões salariais e essa é a orientação que estamos trabalhando na secretaria".

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