Energia: a Matrix, embora ainda seja uma startup, espera faturar R$ 500 milhões neste ano (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2014 às 09h58.
São Paulo - A suíça DufEnergy, braço de energia e petróleo do grupo de commodities Duferco, comprou 37,5% da comercializadora de energia Matrix, fundada em março deste ano.
A empresa representa o retorno dos executivos Claudio Monteiro da Costa e José Amorim, que venderam em 2010 a Coomex para o banco BTG Pactual, ao setor de comercialização. Até o início de 2013, Amorim e Costa geriram o negócio dentro do BTG.
A Matrix, embora ainda seja uma startup, espera faturar R$ 500 milhões neste ano, em comparação aos R$ 800 milhões de receita que a Coomex tinha pouco antes da venda para o BTG.
A empresa atuará com contratos negociados dentro do mercado livre de energia do País, que concentra 27% do volume brasileiro, segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).
De acordo com Costa, a Matrix começou a ser montada a partir de outubro de 2013, quando terminou a cláusula que impedia que os executivos competissem com o BTG no segmento.
Um dos primeiros passos foi a busca da parceria com o grupo suíço. "É uma sociedade que nos diferencia em termos de estrutura de capital, de gestão de risco e de marca", explica o sócio brasileiro.
Em um acordo fechado em fevereiro deste ano, ainda antes do início das operações da Matrix, o grupo suíço concordou em ficar com 10% do negócio. Depois dos primeiros resultados, explicou Maurizio Cencioni, diretor financeiro da Duf Energy, o porcentual da participação foi revisto.
Para a DufEnergy, que movimenta, no mundo, 4 bilhões com a comercialização de energia e de óleo e gás, a associação com a Matrix representará o primeiro passo fora da Europa, onde o mercado, apesar de bem mais desenvolvido, oferece margens baixas.
Para Cencioni, no entanto, a volatilidade do mercado brasileiro, embora represente riscos, também pode ser uma oportunidade de ganhos superiores aos europeus.
Concorrência
A Abraceel tem 65 empresas comercializadoras de energia sob seu guarda-chuva, responsáveis por movimentar 98% da energia negociada no mercado livre.
Segundo o presidente da associação, Reginaldo Medeiros, o perfil é bastante heterogêneo: vão de "traders" como a Matrix, passando por estatais (Petrobras e Eletrobras) e geradoras e distribuidoras de energia (como AES e CPFL). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.