O GPA monitora as emissões de carbono por suas atividades diretas desde 2010 (Germano Lüders/Exame)
Karin Salomão
Publicado em 1 de janeiro de 2021 às 08h00.
Última atualização em 1 de janeiro de 2021 às 11h06.
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) acaba de ser incluído no seleto grupo de empresas visto como sustentável por investidores. Pela primeira vez, o grupo de varejo alimentar passará a integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores (ISE B3), que tem validade de 4 de janeiro a 30 de dezembro de 2021.
Criado em 2015, o ISE B3 é o quarto indicador deste tipo no mundo e convida a participar as empresas que detêm as 200 ações mais líquidas na B3. Foi o caso do GPA: convidado a participar do índice em 2021, o grupo passou o último ano adaptando alguns de seus processos internos.
O GPA também evoluiu no CDP Clima, sistema de divulgação global para empresas, cidades e estados medirem e gerenciarem seus impactos ambientais relacionados a mudanças climáticas. O grupo conquistou nota D em 2018, nota B- em 2019 e nota B em 2020. O grupo pretende reduzir essas emissões em, no mínimo, 30% até 2025 tendo como base o ano de 2015.
Embora o grupo tenha uma área específica voltada para a sustentabilidade, esse é um esforço de toda a empresa, diz Susy Yoshimura, diretora de Sustentabilidade do GPA. "Sustentabilidade precisa ser um compromisso das mais de 100.000 pessoas que trabalham no grupo e quem precisa garantir isso é a alta liderança", afirma ela.
O GPA monitora as emissões de carbono por suas atividades diretas desde 2010. O principal problema para as emissões de gases de efeito estufa são os refrigeradores, que usam gases refrigerantes, e as emissões de carbono das lojas. A empresa vem realizando manutenções preventivas e trocando seus equipamentos para reduzir o uso de gases refrigerantes nocivos. Além disso, tenta reduzir os rejeitos gerados nas lojas ao doar ou vender com desconto itens próximos do vencimento, compostar resíduos orgânicos, entre outros.
O impacto indireto de toda sua cadeia, por outro lado, é maior. "O varejo não pode se desconectar de sua cadeia de valor, do impacto do que vende", diz Yoshimura. A companhia fez uma análise do risco e do impacto de toda sua cadeia em 2018 e deve atualizar a análise neste ano. A empresa avalia a origem da carne — se não vem de área desmatada e se obedece a critérios de bem-estar animal por exemplo — e se as condições de trabalho durante a produção dos itens são adequadas.