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Grupo omitiu que Wesley e Joesley são os novos sócios da Blessed

A Blessed Holdings passou a pertencer aos irmãos Batista. A JBS informou à CVM que alterou um formulário sobre os seus sócios, para incluir os novos donos

Joesley Batista: Declaração de Imposto de Renda dos irmãos informava a compra da Blessed (Daniela Toviansky/EXAME.com/Site Exame)

Joesley Batista: Declaração de Imposto de Renda dos irmãos informava a compra da Blessed (Daniela Toviansky/EXAME.com/Site Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de maio de 2017 às 09h15.

Última atualização em 28 de maio de 2017 às 09h16.

São Paulo - A JBS informou na sexta-feira (26) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que alterou seu Formulário de Referência no item que fala sobre os seus sócios, para incluir os novos donos da Blessed Holdings, um dos acionistas indiretos da companhia. A empresa, com sede em Delaware, nos Estados Unidos, passou a pertencer a Wesley e Joesley Batista. A JBS, no entanto, tinha sido questionada na quarta-feira pela CVM e respondeu que não havia qualquer alteração a fazer.

Somente dois dias depois, após ser novamente questionada, é que a empresa fez as alterações.

O questionamento foi feito porque as declarações de imposto de renda de Joesley e Wesley entregues junto com os documentos das delações premiadas dos executivos informavam que ambos haviam comprado a Blessed, 50% para cada, por um total de US$ 300 milhões, em outubro do ano passado. Já teriam pago cerca de US$ 30 milhões aos antigos controladores. Mesmo sendo Wesley presidente da JBS e Joesley, do Conselho, a informação continuou sendo omitida pela empresa.

A Blessed entrou na sociedade do JBS na época da fusão com o frigorífico Bertin. Em 2014, o Estado questionou à companhia a à própria CVM quem eram os sócios da Blessed. Como a Blessed tinha, mesmo que indiretamente, mais de 5% das ações da JBS, era obrigação, segundo a lei das S/As, ter o nome de seus sócios divulgados. A JBS, no entanto, nunca tinha feito isso até então.

Naquela ocasião, informou que os sócios eram duas seguradoras com sede nas Ilhas Cayman e em Porto Rico, que tinham sócios idênticos. A Receita Federal chegou a dizer que esse tipo de estrutura era usado para esconder patrimônio. Em nota, a J&F, que controla a JBS informou que todos os atos ilícitos foram comunicados à Procuradoria-Geral da República.

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