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Grupo de Gilberto Schincariol diz que não foi ouvido sobre venda de cervejaria

Com 49,55% de participação na Schincariol, herdeiros alegam que seu direito de preferência na compra foi desrespeitado

Adriano Schincariol: disposição de vender sua parte na cervejaria deu início às negociações (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Adriano Schincariol: disposição de vender sua parte na cervejaria deu início às negociações (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 12 de março de 2012 às 13h59.

São Paulo - Os acionistas minoritários da Schincariol, compostos pelos primos José Augusto, Gilberto e Daniela Schincariol, que juntos detêm 49,55% de participação na companhia de bebidas, afirmaram, nesta quinta-feira (4/8), que não foi dado a eles o direito de compra da participação restante da companhia, conforme prevê o estatuto social da empresa e por isso o caso foi parar na Justiça.

Ontem (3/8), o blog Primeiro Lugar, de EXAME.com, antecipou que os acionistas pediram a suspensão da venda da cervejaria para a japonesa Kirin. O negócio anunciado no início da semana foi fechado por cerca de 4 bilhões de reais.

De acordo com nota divulgada, o estatuto social da Schincariol garante que, se qualquer acionista do grupo quiser vender suas ações, em primeiro lugar, deve oferecer seus papeis aos demais acionistas e estabelecer preço e condições, dando pelo menos 30 dias para o exercício desse direito de primeira oferta.

"Naturalmente, todos esses procedimentos só são válidos por escrito. Somente depois pode ir ao mercado e neste momento, deve revelar a identidade de todos aqueles que estão participando das negociações e, ainda, deve revelar eventual proposta recebida para dar aos demais acionistas o direito de preferência. Nada disto foi observado, razão pela qual a operação é ilegal", afirmou o comunicado.

Outra contestação dos minoritários é de que Alexandre e Adriano Schincariol em nenhum momento se preocuparam com o grupo, uma vez que o contrato firmado por eles parte da premissa de que a Kirin passa a ser a única dona do grupo, com direito de modificar o quadro de funcionários e até a diretoria da cervejaria.

"É altamente desrespeitoso, para dizer o mínimo, a assunção de obrigações dessa natureza, que não respeita a opinião dos demais acionistas e órgãos de direção, estando a revelar uma postura de intransigência que jamais norteou as atividades do Grupo Schincariol". disse a nota.

O processo corre na 1ª Vara de Itu, cidade do interior paulista onde a cervejaria está sediada, Caso a juíza responsável pelo processo conceda a liminar, os japoneses não poderão ter acesso aos dados da empresa. A decisão está prevista para sair até sexta-feira (5/8).

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