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Grupo americano Laureate compra FMU por R$ 1 bilhão

A rede Laureate já é dona da Anhembi Morumbi. A FMI tem cerca de 9 mil alunos e faturamento estimado de R$ 450 mi este ano


	Sala de aula: a FMU tem cerca de 90 mil alunos e faturamento bruto estimado para este ano de R$ 450 milhões
 (Wikimedia Commons)

Sala de aula: a FMU tem cerca de 90 mil alunos e faturamento bruto estimado para este ano de R$ 450 milhões (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 08h25.

São Paulo - Uma das instituições de ensino superior privado mais cobiçadas do mercado, a paulistana FMU, foi vendida, por R$ 1 bilhão, para a rede americana Laureate, que já é dona da Anhembi Morumbi.

O negócio, que vinha sendo costurado há quase um ano, será anunciado oficialmente nesta sexta-feira, 23. Essa é a maior transação feita no setor desde a fusão que criou, em abril, o maior grupo de educação superior do mundo, com a união de Kroton e Anhanguera.

Fundada em 1968 pelo advogado Edevaldo Alves da Silva - ex-secretário de governo de Paulo Maluf e de Celso Pitta e hoje um octogenário -, a FMU tem cerca de 90 mil alunos e faturamento bruto estimado para este ano de R$ 450 milhões.

Embora não esteja no topo do ranking das maiores instituições privadas do País, a FMU sempre despertou o interesse dos concorrentes por ser uma marca forte no mercado mais importante para o setor de educação. Ela tem em torno de 40 prédios só na cidade de São Paulo.

Em 2008, a instituição começou uma guinada. Os donos contrataram um grupo de executivos da concorrente Uninove, entre eles Arthur Sperandéo de Macedo, para promover uma reestruturação que tirasse a rede da estagnação.

A FMU, que tinha como carro-chefe o curso de Direito e foi criada para atender o público das classes A e B, decidiu reduzir o preço das mensalidades em 25% para atrair alunos com renda mais baixa.

A empresa, que antes disputava universitários com instituições como PUC e Mackenzie, passou a concorrer diretamente com redes mais populares, como a Anhanguera. “Isso deixou a empresa ainda mais interessante”, disse um executivo do setor.

O problema é que o dono não tinha interesse de vender. “O professor Edevaldo fazia questão de dizer que não queria se desfazer do negócio”, disse um ex-funcionário da FMU. “Mas os filhos queriam e acabaram convencendo o pai.”

A venda para a Laureate inclui todas as unidades da FMU em São Paulo: Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Faculdades Integradas de São Paulo (Fisp) e Fiam-Faam Centro Universitário.


A aquisição não envolve o Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), no qual o fundador têm 50% de participação. Procuradas, Laureate e FMU não comentaram o negócio. Segundo fontes do mercado, outro potencial comprador que chegou a sondar a FMU foi o americano Apollo Group. Há anos, a empresa tem tentado entrar no Brasil, sem sucesso.

Americanos

Essa é a 12ª aquisição da Laureate no Brasil. Os americanos entraram no País em 2005, comprando uma fatia da Anhembi Morumbi, do professor Gabriel Rodrigues.

O negócio é visto no setor como um dos primeiros na onda de consolidação que tomou conta do segmento de ensino superior privado no Brasil nos últimos anos - capitaneada por empresas controladas por fundos de private equity. A própria Laureate, com 750 mil alunos em 29 países, tem entre seus sócios o mega fundo de investimento americano KKR.

Embora seja mais lenta do que as concorrentes no processo de consolidação, a Laureate já adquiriu 11 instituições de ensino superior em oito Estados do País, entre elas a Business School São Paulo e a Universidade de Salvador. Só na expansão da Anhembi os americanos investiram R$ 120 milhões.

No início deste ano, a Laureate passou a deter 100% do capital da Anhembi Morumbi (até então, ela tinha apenas 51%). Na época, o presidente da Laureate Brasil, José Roberto Loureiro afirmou que novas aquisições estavam nos planos da companhia. O executivo destacou que a estratégia era buscar escolas de boa reputação em suas regiões.

Com a aquisição da FMU pela Laureate, reduzem-se as opções de grandes empresas de educação que ainda não foram compradas pelas principais consolidadoras do setor. A São Judas, também de São Paulo, é uma das mais assediadas pelos concorrentes, junto com Unip e Uninove. Colaborou Dayenne Sousa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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