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Grupo AES busca alternativas para expandir geração a gás

Grupo pode conseguir viabilizar os empreendimentos em carteira no país com gás de projeto próprio no futuro


	Estação de distribuição de energia da AES Eletropaulo: divisão da companhia  assinou acordo com LNGL para desenvolver o projeto de liquefação de gás natural Magnolia
 (Marcos Issa/Bloomberg News)

Estação de distribuição de energia da AES Eletropaulo: divisão da companhia  assinou acordo com LNGL para desenvolver o projeto de liquefação de gás natural Magnolia (Marcos Issa/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 17h52.

São Paulo - O grupo AES continua buscando expandir sua capacidade de geração de energia com projetos de térmicas no Brasil e embora ainda não tenha garantia de suprimento de gás natural no curto prazo, pode conseguir viabilizar os empreendimentos em carteira no país com combustível de projeto próprio no futuro.

A divisão da AES Corporation de desenvolvimento para a América Latina assinou um acordo preliminar na semana passada com a australiana Liquified Natural Gas (LNGL) para desenvolver o projeto de liquefação de gás natural Magnolia, nos Estados Unidos, que ajudará a garantir o suprimento para projetos da companhia inclusive no Brasil. A previsão é que o acordo definitivo seja assinado em setembro deste ano.

"Sem dúvida, as análises que a gente têm feito estão incluindo os volumes que poderiam ser desenvolvidos para o Brasil", disse o vice-presidente de Mercado e Desenvolvimento de Negócios da AES Tietê, empresa do grupo AES, Francisco Morandi, à Reuters.

Segundo ele, o projeto nos EUA deve iniciar operação entre 2017 e 2019 e poderá garantir gás natural para que projetos da AES no Brasil possam entrar em leilões A-5, no ano que vem.

Atualmente, a AES Tietê tem em seu portfólio os projetos das térmicas São Paulo, que será localizado em Canas (SP), de 550 megawatts (MW), e uma opção de compra do projeto da Termo Araraquara (579 MW), mas não tem gás garantido para nenhuma delas.

A Termo São Paulo está inscrita para participar do próximo leilão de energia A-3, marcado para junho, que vai licitar projetos para entrega de energia a partir de 2017, mas precisa garantir pré-contrato de gás natural para passar pela fase de habilitação.

"Acho que se a Petrobras não oferecer o gás, vai ser pouco provável que a gente possa participar do A-3", disse Morandi, ao explicar que, no curto prazo, a única fonte de fornecimento de gás possível seria a Petrobras.


Mas a estatal federal tem encontrado dificuldades para fornecer gás natural para todos os projetos que precisam do combustível nos leilões. De acordo com as regras atuais, para poder participar dos leilões, os projetos termelétricos devem apresentar um pré-contrato de garantia com o fornecedor de gás comprovando a capacidade de suprimento por 30 anos.

Como não consegue dar essa garantia a todos os projetos de gás natural interessados, a Petrobras não tem garantido o suprimento para nenhuma projeto nos últimos leilões. Assim, empreendedores de térmicas com gás próprio, como a Eneva e a própria Petrobras, têm sido os únicos a conseguir a garantia necessária para participar dos leilões públicos.

Empreendedores de projetos de gás natural já solicitam há alguns anos que a regra de cadastramento para os leilões seja alterada, de forma que a Petrobras só precise garantir o combustível para o projeto vencedor, mas Morandi não tem perspectiva de que haja qualquer alteração para o leilão A-3.

Enquanto isso, o grupo AES mantém em operação a térmica Uruguaiana, localizada no sul do país e que depende de gás natural vindo da Argentina para funcionar. A térmica está em operação desde a primeira semana de março, depois que o governo federal conseguiu viabilizar acordo com a Argentina para garantir o suprimento. O acordo prevê o funcionamento da usina por 60 dias e, segundo Morandi, ainda não há garantia de geração da usina após findo o prazo.

No curto prazo, a AES Tietê está com o foco no leilão da hidrelétrica Três Irmãos, que será licitada na sexta-feira. A empresa pretende disputar a usina sozinha, disse Morandi.

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